‘O Militante’: história de crescimento pessoal

O público que gosta de alternativas ao cinemão costuma esperar com curiosidade os lançamentos que vêm do Uruguai. País pequeno, o vizinho mantém um misterioso nível de qualidade em sua escassa produção. O Militante, de Manolo Nieto, não decepciona. É uma pequena joia, um trabalho sensível e surpreendente.

A começar pelo personagem, um rapaz que mora em Montevidéu e, com a notícia da morte do pai, viaja ao interior, para o funeral. E também para se inteirar dos negócios da família, que parecem bem confusos. Mas é preciso que se diga primeiro que o personagem Ariel Cruz (Felipe Dieste) nada tem de banal. É um jovem militante estudantil (o filme tem um subtítulo O Lugar do Filho), com certos problemas físicos. Anda com certa dificuldade e também não se expressa de maneira clara. Tudo nos induz a pensar em uma figura frágil.

Ariel é recebido em Salto, no campo uruguaio, por colegas universitários que, como seus congêneres de Montevidéu, também estão ocupando a faculdade. Convidam o recém-chegado a se juntar a eles. Porém, Ariel tem de resolver a questão da casa da família, na qual mora a namorada do pai. E também deverá ir à fazenda meio abandonada que o pai lhe legou. Um contador lhe diz que as finanças estão em ruínas e que ele herdou mais dívidas que propriedades.

O Militante mantém o “toque uruguaio” do intimismo. Nada de realmente gigantesco acontecerá, mas a história é testemunha de uma trajetória de crescimento pessoal. O rapaz descobre determinadas realidades sobre sua família e precisa enfrentá-las. Além disso, moço de cidade, tem dificuldade em acostumar-se à mentalidade do interior. Mais ainda quando se interna no campo e passa a conviver com vaqueiros, com “gaúchos” de verdade, loucos para colocar à prova o almofadinha da cidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voltar ao topo