O Evangelho por Maria

São Paulo – Com a estréia de Maria, Mãe do Filho de Deus, o padre Marcelo Rossi encerra uma peregrinação por 11 capitais brasileiras. Em cada uma, apresentou com entusiasmo o filme dirigido por Moacyr Góes, que estréia hoje em 250 cinemas em todo o País. “Vi o filme inúmeras vezes e sempre me emocionei”, comenta o padre que, além de atuar, participou ativamente dos detalhes da produção, desde a escolha do elenco principal até a inserção de diálogos.

Trata-se de promessa feita ao papa. “Há muitos filmes religiosos produzidos em todo o mundo, mas nenhum que privilegiasse a história de Maria”, conta. “Assim, prometi a João Paulo II que filmaria sua vida e que lhe levaria o filme.” O encontro está agendado para o início de janeiro. “Temos certeza de que o papa vai gostar.”

Tamanha empolgação justifica-se pelos números que marcam a produção – para celebrar a vida da mãe de Jesus Cristo, foram gastos R$ 6 milhões em uma produção nada rotineira no cinema brasileiro: 63 atores participam da trama, além de uma equipe que chegou a beirar 500 profissionais. A filmagem ocorreu no Rio Grande do Norte e interior do Rio de Janeiro, e contou com o apoio do governo estadual e do Exército, que auxiliou nas cenas de deserto. E a disposição do padre era tamanha que ele trocou a Universal, antiga gravadora de seus CDs, pela gigante Sony/Columbia.

O filme baseia-se em um princípio determinado pelo padre Marcelo: “Pretendemos valorizar a mulher e a criança, figuras presentes em toda a produção”, justifica ele, que não queria interpretar outro personagem que não o dele mesmo. Assim, criou-se um roteiro que habilmente costurou duas épocas distintas.

No presente

Maria Auxiliadora e sua filha Joana vivem no interior do Brasil, nos dias atuais. Como precisa passar o dia fora, a mulher deixa a menina aos cuidados do padre da igreja local. Para entretê-la, o religioso conta-lhe a história de Maria. É quando o filme volta ao tempo de Cristo – como se trata do ponto de vista de Joana, os personagens adquirem o perfil das pessoas que a rodeiam. Assim, a mãe transforma-se em Maria, o padre no anjo Gabriel e um vendedor de doces em Jesus Cristo.

A solução foi pedida pelo próprio padre Marcelo. “Não sou ator, portanto, não poderia representar nenhum papel”, conta ele que, para reforçar sua posição, inseriu no roteiro momentos em que aparecem seus pais e dom Fernando Figueiredo. E só aceitou representar o anjo Gabriel com a condição de não utilizar asas. “Não quero ser confundido com uma estrela de cinema.”

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