O coração mole do Concrete Blonde

Formação cult dos anos 80, sobrevivente aguerrida dos excessos químicos, físicos e psicológicos do sucesso, a banda californiana Concrete Blonde juntou os cacos em 2001 e esteve finalmente no Brasil no ano passado, quando passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. E a recepção foi tão calorosa que Johnette Napolitano (voz e baixo), Jim Mankey (guitarra) e Harry Rushakoff (bateria) já estão de volta.

E o novo show no Moinho São Roque foi uma exigência da vocalista, que ficou impressionada com o carinho dos curitibanos. “Nunca imaginei que, numa cidade que havíamos ouvido falar tão pouco, tivesse tanta gente que sabia de cor todas as nossas letras e vibrasse com tanta alegria”, confessou Johnette. “Foi o melhor show da turnê do ano passado, e não podíamos deixar de tocar novamente nesta cidade.” O reencontro do trio com o público acontece hoje, a partir das 22h.

É a estréia da nova turnê, que passa ainda por São Paulo, Porto Alegre e Florianópolis, durante a etapa do circuito mundial de surf. Este, aliás, foi o motivo inicial da volta da banda ao País. Os organizadores queriam uma banda que tivesse identificação com a tribo, e o público votou em peso no Concrete Blonde.

Ao vivo

A banda aproveita para lançar o disco duplo Live in Brazil, o primeiro registro ao vivo em 20 anos de carreira, que chega às lojas a partir do dia 10 de novembro pela Trama. A edição nacional traz um “presente” – uma versão de Garota de Ipanema como faixa-bônus. Por motivos técnicos, a apresentação no Rio foi escolhida para o álbum.

Imprevisível

O repertório do show da turnê atual é imprevisível, mas a intenção da banda é tocar músicas de todas as fases e discos. Segundo os músicos, a seleção depende muito do momento, do clima e da platéia. Mas o trio adianta que pretende apresentar em primeira mão uma ou duas músicas de Mojave, o novo CD, ainda inédito. Músicas antigas, pouco conhecidas e que não tocam há tempos, também entram no set list e são escolhidas minutos antes dos shows, numa rápida conversa no camarim.

Tudo para que cada apresentação seja única, e que tanto a banda quanto o público aproveitem a espontaneidade, e não tenham a sensação de um espetáculo burocrático. Mas certamente não devem faltar os clássicos God is a bullet, someday?, Joey e Caroline. As novas When was a fool e roxy (single do último CD, Group therapy) e um ou dois covers também estão previstos. A interpretação da versão inusitada de Garota de Ipanema vai depender do astral de cada show.

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Hoje, a partir das 22h, no Moinho São Roque (Av. Des. Westphalen, 4000). Ingressos promocionais antecipados a 30 reais, à venda nas lojas 30 Pés. Informações pelo telefone (41) 333-3964.

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