O branco que foi à luta

A Editora DCL – Difusão Cultural do Livro – lança Aritana, o índio que foi à Lua. Escrito por Ulisses Tavares e ilustrado por Victor Tavares, o livro narra a aventura espacial de um pequeno índio. Para ressaltar o respeito à cultura indígena, o autor relaciona algumas palavras em tupi, como cunumim (indiozinho, menino), caraíba (homem branco), guaibim (velha), cunbataim (menina), morubixaba (cacique), tupãberaba (raio), entre outras.

Para Ulisses Tavares, que atua em campanhas ecológicas há quase trinta anos, “hoje, mais do que nunca, é importante passarmos às crianças e aos adolescentes uma mensagem de amor à natureza e respeito às diferenças culturais. Sem que isso fique bem claro nas cabeças e corações, vamos sempre correr o risco de vermos jovens matando índios, como aconteceu com o pataxó de Brasília e se repetiu recentemente com o caingangue no Rio Grande do Sul”.

Indignado com o tratamento cruel contra os indígenas, Tavares não só escreve o livro para as crianças, como alerta os adultos de que todos nós somos responsáveis pela violência. “Uns mais, outros menos”, observa. Podemos apontar, por exemplo, a indiferença por parte da juventude atual que, apesar do ar moderninho, se comporta como os portugueses colonizadores do Brasil, que consideravam o índio um ser sem alma, burro e descartável. Diria até que aqueles jovens que mataram indígenas, fizeram isso pra se divertir. Há também as madeireiras e os estrangeiros que roubam as árvores e se apropriam do conhecimento dos indígenas sobre ervas no preparo de remédios naturais. São tantos os culpados que a gente acaba até incluindo os próprios indígenas, atualmente confusos entre manter a própria cultura ou se render aos valores do branco.”

Voltar ao topo