Novo disco de Heitor Branquinho sai em 2012

Se tudo correr bem, o terceiro disco do cantor e compositor Heitor Branquinho, 27 anos, será lançado no primeiro semestre do próximo ano. “O repertório já está fechado, mas ainda estou esperando o projeto ser aprovado. Se tudo sair conforme o projeto, o disco será lançado no primeiro semestre de 2012. Mas depende de patrocínio e outras coisas mais. O mercado independente não é tão fácil quanto às vezes parece!”, explicou, em entrevista por e-mail.

Independentemente do disco físico, ou do arquivo eletrônico do download, o som ao vivo é mais intenso. E, por isso, paulistanos e cariocas poderão conhecer ao vivo algumas das novas músicas do terceiro disco do menino de Três Pontas, cidade mineira de Milton Nascimento e Wagner Tiso, em shows hoje no Café Paon, em São Paulo e, no dia 5 de agosto, no Citibank Hall, no Rio de Janeiro. Ele também apresentará músicas do primeiro e segundo discos, “deu branco…” e “um Branquinho e um violão” e, talvez, “Um Refrão Pra Recomeçar”, música que fez em parceria com a cantora Roberta Campos. No palco ele estará acompanhado de Vinícius Fernandes (percuteria) e do seu irmão Hugo Branquinho (flauta transversal e voz).

Assim como todos os jovens que participaram do disco “…E a gente sonhando”, de Milton Nascimento, Heitor também traz na sua bagagem o groove e as letras que refletem uma maneira muito especial de se viver. É dele e de Marco Elizeo a música “Olhos do Mundo”, que também discute a dificuldade de se encontrar em meio ao agito da tecnologia. Está na mesma linha do que o ator Diogo Vilela revelou ontem, em entrevista ao jornal O Globo, quando questionou sobre a sobrevivência da profissão do ator e os motivos que o levaram ao projeto do musical sobre Ary Barroso.

“A minha profissão acabou. O ator morreu. Virou uma função. Foi vitimada pela modernidade. O fim do século XX, a chegada do XXI e a força que a tecnologia assumiu reafirmaram o fim da necessidade dos relacionamentos afetivos e sociais. As pessoas não têm mais a obrigação de serem afetivas”, disse, explicando em outro trecho que quer relacionamentos reais e que, em toda a vida, conseguiu no máximo cinco amigos, num questionamento à ansiedade de se angariar contatos em redes sociais. “Quem é capaz de fechar os olhos do mundo? Olhar pra dentro de si. Ser…”, diz a letra, do disco “…E a gente sonhando”. Abaixo, trechos da entrevista com o músico.

Como será o show de hoje?

Não será bem o “um Branquinho e um violão”. Este CD foi gravado em Três Pontas, somente voz e violão, com a participação do Milton Nascimento, cantando em uma música e tocando sanfoninha em outra. Neste show terei também o acompanhamento do Vinícius Fernandes na percuteria e participação especial do Hugo Branquinho (meu irmão), na flauta transversal e voz. A maior parte do repertório são de canções do disco “um Branquinho e um violão”, mas também terão músicas do meu primeiro CD “deu branco…” e do próximo disco que estou idealizando. Além de canções consagradas de nossa música brasileira, de autores como Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Tunai, João Bosco, Tom Jobim, etc…

Você também tocará “Um Refrão Pra Recomeçar”? Esta música estará no seu terceiro disco? A quantas anda o projeto, tem previsão de lançar quando?

Tocarei outras músicas, que estarão no meu terceiro CD, se tudo correr bem! “Um Refrão pra Recomeçar”, ainda não tocarei, pois o enfoque está mais nas músicas dos discos. Mas quem sabe? Foi um prazer compor esta música com a Roberta Campos, acho que a primeira de muitas que virão. Uma parceria que me deixou muito feliz!

O repertório do terceiro disco já está fechado, mas ainda estou esperando o projeto ser aprovado. Se tudo sair conforme o projeto, o disco será lançado no primeiro semestre de 2012. Mas depende de patrocínio e outras coisas mais. O mercado independente não é tão fácil quanto às vezes parece!

 

Ver e ouvir você e o Milton cantando “Olhos do Mundo” revela muita coisa. Todo o disco “… E a gente sonhando” transpira essa, digamos, imortalidade do que representa o Milton para a música. E é ainda mais rejuvenescedor vê-lo em você, e você, nele. Assim como em todos que participam desse disco, desde os meninos que estão dando uma força na iluminação do show. Como é isso na sua cabeça?

Então, fiz a letra de “Olhos do Mundo” em cima de uma música já pronta do Marco Elizeo. Gravei ele tocando violão e cantando a melodia em uma fita, e coloquei a letra. Ela fala desse movimento todo das pessoas pelo mundo, de tanta informação nos dias atuais, que correm numa velocidade incrível. E é algo em que o Milton acredita, com certeza. Ele sempre nos disse que em todo lugar do mundo em que ele vá, sempre encontra um trespontano! rs… Quem é capaz de fechar os olhos do mundo? No disco ele quis colocar eu e o Marco Elizeo dividindo os vocais com ele em “Olhos do Mundo”, o que foi muito legal, além do refrão em que cantamos juntos. O Milton tem esse poder de se reinventar sempre, é imprevisível! Só digo que cantar com ele é sempre bom, é uma energia e tanto. Sendo em meu trabalho ou agora no dele, é um privilégio. Parece que falta o chão…

Ser reconhecido pelo Milton e ter essa sensação de vibrar nessa música… Você, assim como ele, também canta o que acredita, como você faz na música em “O que se é”, do segundo disco. É isso?

O Milton me conheceu quando eu estava tocando em um bar, em Três Pontas, junto com o Ademir Jr. que é pianista. Na biografia dele, ele até conta que esse momento, o remeteu ao início da carreira dele, em que tocava com o Wagner Tiso. A mesma formação, voz, violão e piano. Depois disso, nossa amizade sempre foi muito forte, acho que é o princípio de tudo. Sendo amigos, a gente cumpre sempre com a verdade e com a sinceridade, o que faz essa vibração na música fluir da melhor maneira possível. E “O que se é”, a história é um pouco diferente. Fiz este chorinho, um tanto maniqueísta, tentando abrir os olhos das pessoas nas diversas situações da vida. Nem sempre é o que se é, quem está em cima pode cair e quem está embaixo pode se levantar.

Como surgiu a música na sua vida?

Eu comecei no piano, com 6 anos. Aos 10 fui para o violão, e aos 14 estava no contrabaixo, por força do destino. Uns amigos precisavam de um baixista para um show e tive menos de uma semana para pegar todo o repertório. A partir dali comecei a tocar baixo. Isso foi até os 17 anos, em que voltei ao violão e encarei de vez o voz e violão como profissão, nos bares e festas do sul de Minas. Há 10 anos tenho tocado mais violão, mas estou estudando para voltar ao contrabaixo, quem sabe até mesmo o acústico.

 

Heitor Branquinho

Projeto Sons do Brasil

Café Paon

Hoje, às 21h

Couvert artístico: R$ 25

Av. Pavão 950, Moema, São Paulo

Tel.: 5531-5633

www.cafepaon.com.br

www.myspace.com/heitorbranquinho

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