A nova novela das 7,Verão 90,  que estreia nesta terça-feira, 29, na Globo, é uma trama de época. Pensando bem, soa até estranho usar esse termo para um folhetim situado há apenas duas décadas. Mas, apesar de a década de 1990 ser relativamente próxima, foi revolucionária. Afinal, ela começou analógica e terminou online, com a chegada da internet no meio do caminho no Brasil. “Essa década especificamente mudou a cabeça das pessoas, porque a gente começou nela sem celular, sem internet. Essa diferença da tecnologia torna os anos 90 muito de época. Minha filha com 18 anos não entende aquela época direito”, diz Izabel de Oliveira, que divide a autoria da novela com Paula Amaral – as duas já tinham trabalhado juntas em Malhação. “É uma década muito agitada, de música”, lembra Paula. “Essas coisas estão muito na nossa memória afetiva, só que a gente não coloca como algo do passado. O celular tijolão que se colocava na cintura, se usava ficha do orelhão, coisas que não existem mais. É uma época muito diferente do que a gente está vivendo hoje.”

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As autoras partem da história do trio central de protagonistas, Manuzita (Melissa Nóbrega/Isabelle Drummond) e os irmãos João (João Bravo/Rafael Vitti) e Jerônimo (Diogo Caruso/Jesuíta Barbosa). Os três se conhecem na infância, nos anos 1980, no Rio, têm mães batalhadoras Lidiane (Claudia Raia) e Janaína (Dira Paes), e juntos formam o grupo infantil Patotinha Mágica, que se torna um grande sucesso nacional. Mas, com o final do Patotinha, a fama acaba, e Manuzita acaba se afastando dos irmãos João e Jerônimo.

Há uma passagem no tempo, e a novela avança para 1990. Universitário, João (Vitti) apresenta um programa de rádio. Já Jerônimo (Jesuíta), rival do irmão, não se conforma com o ostracismo e vai fazer de tudo para voltar a ser famoso. “Jerônimo não é um vilão mau. Ele quer se dar bem na vida, acha que merece mais. Para isso, passa por cima das pessoas, mas ele não tem ódio, não tem coisa da vingança, ele quer se dar bem. É meio pilantra, tem humor”, explica Paula. O que faz sua mãe, a íntegra Janaína, sofrer.

Enquanto isso, Manuzita (Isabelle) tenta a carreira de atriz. O problema é que a garota não tem talento para isso. Mas, incentivada pela mãe sem noção, a ex-atriz de pornochanchada Lidiane, ela segue fazendo testes – inclusive para a novela Top Model, uma das muitas referências que aparecerão ao longo da novela. “A gente fala sobre três caminhos diferentes. O Jerônimo é nosso vilão que não conseguiu se desvencilhar desse passado dele. A Manuzita é uma atriz sem talento nenhum, a mãe quer que ela seja atriz de qualquer maneira, e ela não consegue emplacar nada e fica perseguindo a fama. E o João soube lidar com isso, não subiu à cabeça. São três trajetórias diferentes a partir do mesmo sucesso”, afirma Paula.

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Até que o destino unirá novamente o trio. E muitos sentimentos virão à tona, como o amor entre João e Manuzita e a inveja de Jerônimo. Esse romance também não agradará a Lidiane, papel que parece cair como uma luva para Claudia Raia. A atriz colecionou sucessos nos anos 1990 na própria Globo, como na novela Rainha da Sucata e na minissérie Engraçadinha. “A Lidiane é uma personagem de humor, a novela é uma comédia romântica, com tintas fortes, porque a gente está falando de anos 80 e 90”, diz Claudia. “Então, a gente está falando de um outro tipo de comportamento. Para os anos 80 e 90, o comportamento de hoje parece blasé, e para hoje, acha-se aquele um pouco fora do tom.”

Trama solar

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Com direção artística de Jorge Fernando – que, assim como a amiga Claudia Raia, esteve à frente de importantes trabalhos na década de 1990 -, Verão 90 faz um retrato comportamental de uma época. Os pontos de encontro dos jovens no Rio. As músicas que faziam sucesso na época. A era dos clipes em tempos de MTV. “Nos anos 80, a gente teve um cenário musical muito forte aqui, e, nos anos 90, isso virou imagem, porque foi para TV, com a MTV. A novela fala muito de videoclipe, tem a PlayTV, que é uma emissora de videoclipes, como foi a MTV naquela época”, conta Izabel. “A novela tem essa cara do videoclipe, que era supermoderno para a gente na época.”

Esteticamente, a novela reproduz a atmosfera praiana e solar de tramas ‘noventistas’, como Top Model, Tropicaliente, Mulheres de Areia e Corpo Dourado. “Vai ser um grande verão do começo ao fim”, diverte-se Izabel. “A gente se inspirou muito em novelas antigas, faz homenagens a essas novelas. O Jerônimo é por causa de Irmãos Coragem; a Janaína (Dira) tem muito de Raquel (Regina Duarte) de Vale Tudo; a personagem da Isabelle tem muito da Adriana, da Claudia Raia, em Rainha da Sucata. A gente assistiu muito e faz várias homenagens a tramas da época. Tem assalto inspirado no filme Caçadores de Emoção”, diz ela.

Ainda no campo das referências, segundo Paula, o Patotinha Mágica remete ao Balão Mágico, famoso grupo infantil da década de 1980. “A gente queria mostrar justamente essa trajetória da pessoa que teve aquele sucesso quando era criança, e isso refletiu na vida dela”, observa Izabel. “Foi uma época também em que fica evidente a cultura da celebridade. Sempre existiu, mas ali começou forte.”

A política e a economia também são retratadas dentro do contexto histórico da época. O confisco da poupança, no governo Collor, vai atingir alguns personagens da trama, como Janaína, que vai precisar se reinventar para driblar a crise.

Com nomes como Camila Queiroz, Débora Nascimento, Humberto Martins, Alexandre Borges, Marcos Veras, Caio Paduan, Klebber Toledo e Sérgio Malheiros também no elenco, Verão 90 substitui a novela O Tempo Não Para, que chega ao fim nesta segunda-feira, 28. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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