Novas perspectivas

Do calor das reportagens de rua para o frio dos estúdios de gravação de um telejornal. Esse foi o caminho que a jornalista mineira Adriana Araújo, de 33 anos, optou por seguir em dezembro do ano passado, quando trocou a reportagem da Globo pela apresentação do Jornal da Record, ao lado do jornalista Celso Freitas. Sob o comando da dupla ex-global, o principal telejornal da Record estreou há pouco mais de um mês e já está em segundo lugar na audiência, com uma média de 10,4 pontos. ?Aqui na Record, a sensação é a de que nós acertamos em cheio?, comemora a jornalista.

Superexposta em 2005 na Globo, Adriana ficou meses entrando diariamente ao vivo nos telejornais da emissora, direto de Brasília, com coberturas sobre a crise na política do país. Formada pela PUC de Belo Horizonte, a jornalista tornou-se repórter da Globo em 1995 e, durante esses dez anos na emissora, produziu matérias para o Jornal Nacional, Jornal Hoje, Fantástico, Bom Dia Brasil e Globo Repórter. Sem se mostrar deslumbrada com o sucesso do Jornal da Record, Adriana está segura de que o mais importante neste momento de sua carreira é batalhar para produzir um trabalho de qualidade diário. ?O processo de adaptação é contínuo. Somente no dia-a-dia que se consegue aperfeiçoar?, assegura.

P – Como foi o primeiro mês à frente do Jornal da Record?

R – Superpositivo! Não só pela avaliação interna da emissora, mas também pelo público, que tem respondido com excelente audiência. O programa está bem no ibope, recebemos diariamente centenas de e-mails. Sentimos essa resposta do público. E esse sucesso, ao meu ver, é conseqüência do formato do telejornal, ágil, dinâmico, com abordagem simples e objetividade na transmissão das informações.

P – O fato da Record estar estreando um telejornal te deixou insegura em sair de uma emissora como a Globo, que tem grande tradição no jornalismo?

R – Não. Quando a Record me procurou, eu não tinha como fazer uma avaliação precisa e imediata. Mas depois, nós conversamos e chegamos a uma idéia em comum. Agora, a Record não é mais uma estreante no setor de telejornalismo. A emissora é, inclusive, dona da maior quantidade de horas de telejornalismo no ar em tevê aberta. Por ser um projeto sério, aceitei o convite.

P – Que atrativos mais te motivaram a trocar a Globo pela Record?

R – Quando a direção de jornalismo da emissora me procurou, senti o desejo de enfrentar um novo desafio profissional. E o fato de exercer uma nova função que não me era rotineira foi decisivo. Isso me fez correr para me adaptar o quanto antes e trouxe uma nova expectativa para a minha vida e carreira. Além disso, a emissora veio com um projeto sério, engajado. Isso também mexeu comigo.

P – Você conseguiu dar um grande salto profissional, foi de repórter à apresentadora de telejornal. Existe para você uma diferença absurda entre as duas funções?

R – Eu já tinha apresentado telejornais locais, de cidades menores e em época de eleição. Mas, independentemente disso, eu acho que quem faz reportagem de rua e está acostumado a entrar ao vivo, não sente tanta dificuldade na hora de apresentar um telejornal. Ainda assim, sei que tenho um longo caminho a percorrer nesta função, embora não tenha sentido uma grande diferença. Uma coisa que gostei muito foi o fato de ter no meu contrato com a Record uma cláusula que me permite fazer reportagens também. Mesmo à frente do jornal, poderei continuar com minhas reportagens de rua, que é uma coisa que eu sempre amei fazer.

P – O que você destacaria, hoje, como o pilar mais importante da profissão?

R – Na minha opinião, é a credibilidade, que considero a essência da profissão. Agora, é claro que para você alcançar a credibilidade, existem vários elementos fundamentais. Por exemplo, a precisão da apuração, a maneira de elaborar o texto de forma clara e atraente. É todo um conjunto de fatores que, juntos, geram a credibilidade. Além desses elementos, é necessário um esforço diário para preservar esse valor.

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