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Natalie Portman volta com mais uma personagem perturbadora em ‘Vox Lux’

Natalie Portman conversa pelo telefone com a reportagem do Estado. Fala sobre Vox Lux – O Preço da Fama, seu novo longa que estreia nesta quinta-feira, 28, nos cinemas brasileiros. Uma história que ganhou trágica atualidade porque, depois da entrevista, ocorreu a chacina na escola de Suzano e na quarta, 27, em Los Angeles, foi preso o fã obsessivo que há tempos perseguia a atriz – e terminou por invadir sua casa. Vox Lux é sobre uma garota de 13 anos que sobrevive a tiroteio na escola e vira estrela cantando uma música que ajuda a comunidade, a nação, a curar suas feridas.

O filme começa com Raffey Cassidy fazendo a garota, Celeste. Ao cabo de uma hora de filme, Celeste vira Natalie, preparando-se para um concerto de retorno. Raffey segue em cena, agora como sua filha. Stacy Martin, que faz a irmã, e Jude Law, o empresário, não mudam nada ao longo dos anos. A maneira como o diretor Brady Corbet utiliza o tempo pode ser desorientadora para o público. Celeste parece duas personagens. “Brady não queria que atuássemos de forma coordenada, e pelo contrário dizia que seriam duas diferentes personagens. Começamos como mãe e filha, mas se você viu o filme (sim, o repórter havia visto) sabe que não nos comportamos como mãe e filha. Confesso que fiquei um pouco perturbada quando vi o filme pronto. No papel, ele parecia muito mais simples. Toda a complexidade está no olhar de Brady.”

“Brady ainda engatinha como diretor. É talentoso. ‘Ousa’. Talvez seja mais conhecido como ator – Aos 13, Mistérios da Carne e Violência Gratuita, a versão de 2007. O repórter observa que não é a primeira vez que Natalie interpreta personagens que produzem estranhamento. Seu papel como a bailarina de Cisne Negro, pelo qual recebeu o Oscar, tem um tanto disso e o figurino de Celeste não deixa de evocar o filme anterior, com aquelas plumas. “Embora não queira exagerar, diria que o figurino é quase um personagem à parte em Vox Lux. Aquela espécie de coleira que Celeste usa serve para esconder a cicatriz, mas também revela que ela está aprisionada ao seu passado. Sentia uma espécie de estrangulamento usando aquilo.” Impossível conversar com Natalie Portman num filme em que ela começa garota sem se referir à própria experiência da atriz, que também começou menina em O Profissional, ao lado de Jean Reno, de Luc Besson.

Tendo se iniciado tão cedo, ela não tem, às vezes, a impressão de que sua infância foi roubada? É o momento de virada da entrevista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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