Um movimento “interativo” criado pelo pianista Roberto Carcassés, sediado em Havana mas com braços em Madri e Nova York, planeja relançar internacionalmente a música cubana, através da fusão de estilos de dezenas de artistas que vivem na ilha e no exterior. “É a nova vanguarda da música cubana que vive em todo o mundo. É renovadora e revolucionária”, disse à agência ANSA o músico de 31 anos, ex-integrante do grupo do trovador Santiago Feliú e considerado um dos artistas mais completos de Cuba.
O movimento “Interactivo” começou há dois anos, quando vários músicos de entre 20 e 40 anos se juntaram para tocar. “Unimos diversas influências da música, não só cubana. É uma mistura de estilos de todos, onde confluem o jazz, o hip hop, a salsa, o rap, a trova, a música caribenha, africana, tudo”, descreveu Carcassés.O novo movimento, que não inclui apenas música, mas também artes plásticas, dança e outras formas de expressão artística, já realizou um concerto no Teatro Nacional de Havana com mais de 30 músicos em cena, muitos deles vindos dos Estados Unidos e Espanha.
Este foi o caso do Kelvis Ochoa, um trovador radicado desde 1996 em Madri e que viajou especialmente a Cuba para gravar seu novo disco junto ao movimento “Interactivo”.
“Há um grande desenvolvimento da música cubana. É muito bom o que se tem feito e surge justo após o ?boom? do Buena Vista Social Club e da salsa. Se as gravadoras aproveitarem e o lançarem no mundo, vai dar muito o que falar. Isto está muito ?caliente?”, comentou Ochoa, cuja banda Havana Abierta é muito popular em Cuba e Espanha.
Já o baixista e compositor Descemer Bueno veio de Nova York, onde reside há quatro anos, para gravar o novo álbum da cantora Yusa, uma das novas promessas da música local. “Este movimento é a música cubana que viaja por todo o mundo. Queremos fazer música internacional e misturar estilos, do hip hop à música africana, passando pelo jazz, o caribenho. A idéia é manter esse som e levá-lo a todas as partes”, relatou Bueno.