Mostra relaciona filmes a livros de Lygia Fagundes Telles

A escritora Lygia Fagundes Telles completou 88 anos no último dia 19. Para homenagear a viúva do crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977), mãe do cineasta Goffredo Telles Neto (morto em 2006) e vencedora de quatro prêmios Jabuti e do Prêmio Camões – um dos maiores da língua portuguesa – a Cinemateca Brasileira abre hoje a Mostra Lygia Fagundes Telles. A programação reúne filmes inspirados ou adaptados das obras da escritora – uma seleção de 16 títulos escolhidos pela própria. Há, ainda, uma exposição com 20 fotos de momentos distintos de sua vida e carreira.

Como Paulo Emílio foi um dos fundadores da Cinemateca Brasileira e Lygia faz parte até hoje do conselho ativo da instituição, a ideia que deu origem à mostra nasceu entre seus fãs, frequentadores do local e de seus amigos. Leandro Pardí, produtor da Cinemateca, conta que, ao lembrarem a data de aniversário da escritora, começaram a juntar tudo que possuíam para compor a mostra. “Além disso, a própria Lygia nos ajudou com muitas coisas. Ela é a curadora do evento”, completa.

Considerada uma das principais autoras da literatura brasileira moderna, Lygia Fagundes Telles começou a escrever muito cedo, aos 15 anos, mas considera o romance “Ciranda de Pedra”, de 1954, sua primeira obra mais completa. Em muitas delas, a escritora trata de conflitos e personagens urbanos, principalmente com histórias de mulheres. Tudo explorado de forma intimista e complexa. Entre seus mais famosos livros estão “Antes do Baile Verde” (1970), “As Meninas” (1973) e “Seminário dos Ratos” (1977).

Durante a mostra, serão exibidos os principais filmes adaptados de suas obras, como “As Meninas” (1996), de Emiliano Ribeiro, “As Três Mortes de Solano” (1978), longa-metragem de Roberto Santos baseado no conto “A Caçada”, e a sessão Curta Lygia, que reúne cinco curtas metragens adaptados de contos da escritora, como “O Menino” (1977), de Luiz Fernando Sampaio, adaptação do texto homônimo. Vale destacar, ainda, a exibição do longa-metragem italiano “Le Ore Nude”, de Mario Vicario, de 1965, que possui atmosfera e personagens que dialogam com o universo romanesco presente na obra da escritora.

Na Carta Branca Lygia Fagundes Telles, uma programação totalmente escolhida pela própria escritora, serão exibidos alguns filmes que marcaram sua vida e outros clássicos do cinema, como “O Atalante” (1934), de Jean Vigo; “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), de Rogério Sganzerla; “A Doce Vida” (1960), de Federico Fellini; “O Último Tango em Paris” (1972), de Bernardo Bertolucci e “Morte em Veneza” (1971), de Luchino Visconti. “É uma excelente oportunidade para o público conhecer mais sobre a história dessa escritora que mudou e acrescentou muito na literatura brasileira”, diz Leandro Pardí. As informações são do Jornal da Tarde.

Mostra Lygia Fagundes Telles – De hoje a 15 de maio. Cinemateca (Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana). Tel. (011) 3512-6111 (ramal 215). Entrada: R$ 8.

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