Morris Albert está na área com novo CD

O carioca Maurício Alberto Kaiserman era apenas um rapaz de 22 anos quando, em 1973, compôs e gravou Feelings, que acabou conquistando a América e o mundo. Mesmo reconhecendo a importância da canção – que acaba de ser incluída por Caetano Veloso no CD Foreign Sound -, ele admite que houve um tempo em que não suportava sequer a simples menção da música.

“Passada a crise dos 40, decidi fazer com que fosse minha amiga. Que amadurecesse comigo”, diz ele, aos 52, sobre a canção, que já soma mais de 6 mil gravações e versões em 25 idiomas.

Suas atenções agora se voltam para o lançamento de Feelings na voz de Elvis Presley, que a BMG americana encontrou nas gavetas do Rei do Rock. Morris está no país para lançar o CD “Moods” e vai, nesta quinta-feira, às 21h30m, ao “Programa do Ratinho”, no SBT. O disco, o primeiro de inéditas desde 1990, traz 11 canções, a maioria romântica até a medula.

Em sotaque cheio de expressões que ora pendem para o inglês ora para o italiano, ele deu entrevista exclusiva ao jornal Diário de S. Paulo num hotel no centro paulistano. Um dos assuntos foi a acusação de plágio que deu ao francês Louis Gaste a parceria em Feelings e o direito a receber 25% dos pagamentos de direitos autorais da canção.

Para muitos brasileiros, Feelings deixou de ser sua depois da acusação de que seria um plágio. “O que aconteceu foi que o músico Louis Gaste tentou entrar com um processo de plágio em seu próprio país, mas não conseguiu nada. Então, fez o mesmo nos Estados Unidos e se deu bem. Num processo que levava em conta a similaridade das músicas, ele ganhou o direito a 25% dos diretos autorais de Feelings. Tudo por causa de duas notas musicais coincidentes entre a minha música e a dele, chamada Pour Toi, que eu jamais tinha ouvido”, disse.

Mesmo assim, o compositor chegou a ser profético e apelou para sua espiritualidade, “acredito em Deus, e acho que lá em cima a justiça será feita. De todo modo, não fui o primeiro e nem serei o último a ser acusado em um processo de plágio. O George Harrison, por exemplo, perdeu 100% de My Sweet Lord. O Lionel Ritchie perdeu três músicas. O Michael Jackson, duas. Todos nós que fazemos sucesso temos de carregar esta cruz”.

O fato é que mesmo com 25% por cento a menos, Feelings continua tão rentável quanto antes, pois foi gravada por 6 mil artistas em todo o mundo, em 25 idiomas, inclusive, recentemente pelo Caetano Veloso que, segundo Morris foi uma maravilha. Simples e direta, como só o Caetano sabe fazer.

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