Morre o jornalista e escritor Geraldo Mayrink em São Paulo

O jornalista e escritor Geraldo Mayrink morreu ontem, aos 67 anos, em São Paulo, de problemas decorrentes de câncer no pulmão e na boca. Seu corpo será cremado hoje em Vila Alpina, após velório no Cemitério São Pedro. Deixou mulher, Maria do Carmo, e os filhos Marieta e Gustavo. Nascido em Juiz de Fora (MG), em 1942, Geraldo Flávio Dutra Mayrink iniciou a carreira em sua cidade, no jornal Binômio. Depois rumou para Belo Horizonte, onde trabalhou no Diário de Minas, hoje extinto.

Sua carreira continuou no Rio, em O Globo e Jornal do Brasil, além da Revista da Rio Gráfica Editora. Ele deixou também sua marca em revistas, como Manchete, Veja (da qual foi diretor), Isto É, Afinal e Revista da Goodyear. Em São Paulo, atuou ainda no Diário do Comércio, no Estado e no Jornal da Tarde, do qual foi também colunista. No total, foram mais de 30 anos na atividade jornalística.

Em suas reportagens, Mayrink deixava uma marca pessoal pois não se limitava a narrar fatos, mas os questionava e os lia além da superfície – sempre com ironia fina, fugindo à tentação do politicamente correto, com coerência e bom humor. É o que se observa no livro “Obrigado pela Lembrança” (Editora Unimarco, 2000), seleção de reportagens, memórias e ensaios, alguns inéditos.

Seu principal interesse era a relação humana, tema de “Escuridão ao Meio-Dia” (Record), publicado em 2005 sobre as condições masculina e feminina. Já a paixão pelo cinema originou o ensaio “O Cinema e a Crítica Paulista” (Nova Stella, 1986). Mayrink também escreveu a biografia do ex-presidente Juscelino Kubitschek, “Memorando” (teatro, em parceria com Fernando Moreira Salles, Companhia das Letras, 1993) e “Travessia” (reportagem sobre a agricultura brasileira, Grifo, 1995)

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