Ministro defende direito do presidente da Funarte atuar em novela

Rio – O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que não vê nenhum problema no fato do presidente da Fundação Nacional de Arte (Funarte), Antônio Grassi, participar como ator na novela ?Chocolate com pimenta?, da Rede Globo. Para o ministro, “está acontecendo um choque de interesses” entre a Comissão de Ética do Palácio do Planalto e Grassi, e a explicação deve ser dada pela Comissão. “Eu, pessoalmente, não vejo nenhum problema. Mas se a comissão vê, ela tem que explicar o que ela vê. A explicação para essa oposição deve ser dada por eles.?

Antonio Grassi disse que enviou uma carta para a Comissão, solicitando uma reunião para esclarecer todas as dúvidas. Ele alega estar exercendo sua função normalmente, e que os horários de gravação da novela são marcados de acordo com as brechas de sua agenda como presidente da Furnarte. Grassi garante não ter como privilegiar a emissora, já que a Funarte cuida apenas de artes plásticas, teatro, dança e música, e não de audiovisual. ?Eu não vejo problema nenhum. Teria problema se eu estivesse atuando numa peça patrocinada pela Funarte”.

Grassi revelou que ao assumir o cargo preencheu um questionário, no qual foram declaradas suas funções extracargo. “Eu coloquei que trabalhava há mais de 23 anos como ator de TV e que, eventualmente, poderia vir a atuar em alguma emissora. Na época não houve problema”, disse.

O presidente da Funarte disse que não se sente confortável em fazer julgamentos sem antes ser ouvido pessoalmente, mas acha que a Comissão não deveria ter divulgado seu parecer. “A Comissão de Ética não é deliberativa, ela emite os seus pareceres, que, aliás, deveriam ser eticamente sigilosos. Como seu trabalho, a princípio, é conjugado com a Presidência da República, quem decide é o presidente. A Comissão, eticamente, não deveria divulgar as coisas que ainda está investigando?.

Antônio Grassi e Gilberto Gil estiveram no Rio para abrir o Encontro dos Trabalhadores da Cultura.

Voltar ao topo