Michelle Pfeiffer volta ao cinema em ‘Chéri’

Michelle Pfeiffer estava no cabeleireiro quando recebeu um telefonema e era Stephen Frears do outro lado da linha. O diretor de “Ligações Perigosas” disse que estava iniciando novo filme e tinha um papel para ela.

Foi logo dizendo que se tratava de uma adaptação de Colette – “Chéri”, e Michelle admitiu que o nome não lhe disse muita coisa -, sobre uma cortesã aposentada, mas ainda bela, que se envolve com um garoto com idade para ser seu filho.

Michelle já estava comprometida com outro filme, que marcaria seu retorno ao cinema, após quatro anos dedicados ao marido e aos filhos. Mas ela não resistiu à chance de reencontrar a dupla criativa por trás das câmeras de “Ligações Perigosas”, o diretor Frears e o roteirista e dramaturgo Christopher Hampton, ele próprio diretor (de “Carrington”).

Numa entrevista em Berlim, no ano passado – quando o filme agora em cartaz participou da competição pelo Urso de Ouro -, Michelle disse que pediu a Frears que lhe enviasse o roteiro, mas seria mera formalidade.

“Já havia dito sim só com as primeiras informações que ele me repassou.” Algumas pessoas tentaram demovê-la. Após tanto tempo afastada do olhar do público, voltar justamente num papel de ‘velha’? Michelle leu o roteiro de “Chéri” e confessou que mataria Frears se ele não lhe oferecesse o papel de Léa de Lonval.

“O cinema já contou muitas histórias de prostitutas, mas uma cortesã é diferente. Essas mulheres possuíam cultura, além de beleza física e todas as outras aptidões para o sexo. Elas encaravam sua profissão como um negócio e, neste sentido, acho que eram feministas, ou pelo menos uma espécie de, numa época em que a maioria das mulheres, especialmente as dos maridos com quem ficavam, viviam como objetos, no lar.”

Na trama de “Chérie”, Léa aposentou-se da profissão e agora vive uma confortável existência burguesa. Sua antiga rival, Charlotte Péloux (Kathy Bates), lhe pede para iniciar seu filho.

O garoto – Chéri – parece efeminado e é com certeza carente do afeto materno, que sempre lhe faltou. Ele encontra ambos, o sexo e o afeto, em Léa, mas Madame Péloux tem planos para o filho – um casamento de conveniência que lhe dará respeitabilidade e o endosso da aristocracia.

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