Memorial abriga duas tendas do Cine Tela Brasil em SP

Tudo começou com o Cine Mambembe, quando a diretora Laís Bodanzky e o roteirista Luiz Bolognesi, cansados de ver o cinema de curta-metragem ‘sem tela’ para ser visto, resolveram botar um projetor e alguns rolos de filme no porta-malas do carro e rodar o Brasil mostrando os ‘sem tela’ para a população ‘sem cinema’. Comunidades como as de Caraívas, na Bahia, que nem luz elétrica tinham, puderam assistir na tela grande, ainda que a céu aberto, a filmes como “A Velha a Fiar”, de Humberto Mauro.

O que era Mambembe se profissionalizou e virou Cine Tela Brasil. Há cinco anos, o projeto ganhou patrocínio e mais estrutura. Em vez de um porta-malas, o cinema itinerante de Laís e Bolognesi passou a viajar em caminhões e a ser exibido em tela maior ainda, mas desta vez em uma grande tenda, com cadeiras, som moderno e até pipoca.

Hoje, ainda que apenas 7,3% dos municípios brasileiros não possuam cinema, a dupla tem muito o que celebrar. Dez anos depois da primeira sessão, o projeto já viajou a 300 cidades, exibiu 72 filmes nacionais e atingiu a marca de 700 mil espectadores com 88% de taxa de ocupação. Para comemorar, duas tendas (ou salas de cinema itinerante) do Cine Tela serão montadas em frente do Memorial da América Latina, em São Paulo. De hoje a sábado vão abrigar uma mostra fotográfica com as cenas mais marcantes das viagens feitas pela equipe. “A entrada é franca. Em uma das salas, está a exposição que tem quatro ambientes, o Cine Mambembe, Cine Tela Brasil, Oficinas Itinerantes e Portal Tela Brasil. É uma forma de viajar pelo projeto”, contou Laís.

Na segunda tenda, entre amanhã e sexta, os campeões de audiência do projeto serão exibidos em vários horários. “É emocionante ver como conseguimos levar tantas pessoas pela primeira vez ao cinema. Isso não tem preço”, comentou Bolognesi.

Filhote do Cine Tela, o projeto Oficinas dá um passo além e, em vez de só formar público para o cinema nacional, forma também realizadores. “A ideia agora é ensinar jovens de baixa renda a produzir audiovisual. São apenas 15 dias, mas muito proveitosos em que aprendem desde roteiro a edição, passando por produção e exibição. Vários curtas, já premiados em festivais, também serão exibidos no Memorial”, explicou Edu Abad, coordenador pedagógico do Oficinas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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