?Matrix Revolutions? decepciona crítica americana

“The Matrix Revolutions”, a terceira e última parte da trilogia dirigida pelos irmãos Andy e Larry Wachowski, frustrou as grandes expectativas geradas com os questionamentos místicos e filosóficos criados há quatro anos com o aparecimento do messiânico Neo, interpretado por Keanu Reeves.

A crítica americana se mostrou decepcionada com a forma como terminou a trilogia de filmes que revolucionou o mundo do cinema, por seus efeitos especiais, e que estreou simultaneamente nas principais cidades do mundo.

“Foi o individualismo rebelde de Neo e sua luta pela liberdade, junto a quatro excelentes personagens de apoio, a ação em estilo Hong Kong, artes marciais, tecnologia de vanguarda e epistemologia (Jean Baudrillard) que transformaram ?The Matrix? em um fenômeno”, escreveu o jornal “Los Angeles Times”.

“No entanto, tudo isso se perdeu no caminho: o vago misticismo do final da saga parece apenas um remendo para tentar de alguma forma encontrar uma via escapatória para o labirinto de acontecimentos”, acrescentou o jornal.

Um crítico especializado perguntou: “Como se conseguiu que uma história que começou de maneira tão ?cool? terminasse de forma tão infame?”.

Um dos problemas da saga é que o vilão, o agente Smith (Hugo Weaving), se tornou um protagonista mais interessante que o próprio herói Neo (Keanu Reeves), assegurou outro crítico.

“The Matrix Revolutions” oferece aos espectadores duas batalhas intermináveis: a primeira, aquela entre as máquinas e os habitantes de Zion (o último reduto humano), é demasiadamente longa e repleta de clichês de filmes bélicos. A segunda, no final do filme e da série, é a realizada entre Neo e Smith sob a chuva, a qual foi considerada pelos críticos uma “verdadeira decepção”.

“São muito melhores os duelos marciais de ?Kill Bill? (filme mais recente de Quentin Tarantino, ndr)”, observou outro crítico americano.

“Diálogos banais”

O último episódio da saga Matrix contém “os diálogos mais banais desde os tempos dos episódios de ?Guerra nas estrelas?. Os irmãos Wachowski parecem ter esgotado suas inspirações na metade da série”, observou o diário “The New York Post”.

A recepção negativa por parte da crítica provavelmente não impedirá que a terceira parte da trilogia estabeleça recordes de bilheteria. O filme estreou no último 5 de novembro em mais de 50 países (traduzido em 43 idiomas) de maneira simultânea e com imensa estratégia de marketing.

O filme foi apresentado em mais de 10 mil salas cinematográficas de todo o mundo, com a mesma hora de início. Em Buenos Aires, começou às 11 da manhã; no México, às 8; em São Paulo, às 12; em Los Angeles, às 6; em Nova York, às 9; em Londres, às 14; em Moscou, às 17, e, em Tóquio, às 23 horas locais.

A estratégia da distribuidora visou principalmente evitar a pirataria e impedir assim a diminuição de público, tal como ocorreu com “Matrix reloaded”, o segundo filme da série, apesar deste ter arrecadado US$ 166 milhões nos primeiros quatro dias de exibição.

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