Maria Luiza tinha um tema, uma ideia, não exatamente um som. O mergulho interior era algo natural naqueles meses em que esperava Antonia, sua primeira filha. Foi Antonia quem a colocou em contato consigo mesma, abrindo as portas da casa branca, a casa real de onde começou a trazer as lembranças mais nítidas de uma infância ao lado do pai. Assim, Antonia se faz mais presente, e talvez seja mais decisiva para o produto final do que o próprio Jobim. É ela quem aciona tanta nostalgia na mãe, tanta lucidez da própria existência, tanta sensibilidade. O futuro a levando para o passado.

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Jobim estaria ali de qualquer forma, mas seria até perigoso neste momento criar um álbum sem Antonia. Canções como a própria Casa Branca poderiam perseguir outras matizes, outras referências, e estaria mais vulnerável. Saber o que se quer é o segredo de um projeto original para que não se torne só um álbum de produtor, o que poderia acontecer quando se está ao lado de uma personalidade musical como a de Kassin. Mas ali está Maria Luiza, intacta.

MARIA LUIZA JOBIM
‘CASA BRANCA’
GRAVADORA: INDEPENDENTE

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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