O Museu de Arte Contemporânea, da Secretaria da Cultura, abre nesta terça-feira (10), às 19 horas, três exposições de grande porte: ?Outros 60´s?, uma leitura crítica das questões político-culturais da época por meio de obras de artistas que compõem o acervo do MAC, ?Artistas convidados?, com obras em técnicas diversas de Fábio Noronha, Carina Weidle, Gabriele Gomes e Livia Piantavini, e ?Doações recentes?, com obras de Guido Viaro e Oswald Lopes.

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?Pensar nos anos 60 é admitir nossa própria diversidade?, afirma o curador da mostra ?Outros 60?s?, Artur Freitas, professor de História da Arte da Escola de Música e Belas Artes do Paraná e da Faculdade de Artes do Paraná, doutor pela Universidade Federal do Paraná e co-editor do Jornal Preto no Branco.

Para o curador, a formação do acervo do MAC é indissociável da história do Salão Paranaense, considerado o principal salão de arte do Estado desde 1944, data da sua inauguração. Pinturas, desenhos e gravuras presentes na mostra fazem um recorte histórico da arte brasileira nos anos 60 e início dos 70, agregando diferentes discursos diante das variadas questões levantadas neste período.

Os anos 60 comportam uma parte de nossa história muito importante para a constituição do cenário contemporâneo. As conseqüências do imperialismo norte-americano ou o chamado avanço da ?cultura de massa?, a globalização e a idéia de aldeia global estão na base de importantes questões atuais. No Brasil, o maior ponto de trocas simbólicas acontecia na Bienal de São Paulo, onde o debate tendia para questões relacionadas à identidade nacional.

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A relação entre a arte e o desenvolvimento do País sofreu uma evidente ruptura a partir da década de 60, com o agravamento progressivo do quadro brasileiro de instabilidade político-social. Esta situação contrastava com a encontrada nos anos 50, quando a bossa-nova e o concretismo refletiam um certo otimismo neste cenário.

A proposta da mostra Outros 60?s busca, de um lado, trazer a público um pouco dos vários ?anos sessenta?, por meio das obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea, e de outro, apostar que as próprias limitações deste acervo constituem uma historicidade também verdadeira, fruto das condições institucionais de uma época.

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Doações recentes

As obras de Guido Viaro, 23 gravuras oriundas da coleção de Roselys Velloso Roderjan, repassadas à Secretaria da Cultura, as pinturas e documentos de Oswald Lopes enriquecem o patrimônio público e tornam acessível documentos históricos, fotografias, material jornalístico de época além de obras do próprio Oswald e uma grande tela de G. Vianaonde retratando Lopes.

Serviço:
Exposições:
Outros 60?s
Artistas convidados
Doações recentes
Abertura, dia 10 de outubro, às 19 horas
Museu de Arte Contemporânea – Rua Des. Westphalen, 16
(41) 3323 5337
Aberto de terça à sexta-feira, das 10h às 19h, sábado, domingo e feriado, das 10h às 16h. A mostra permanecerá aberta até 31 de janeiro de 2007.