Lulu será o homenageado do Prêmio Tim de Música

Foi divulgada ontem a lista dos concorrentes do 2.º Prêmio Tim de Música, que será entregue no dia 7 de julho no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O prêmio, este ano, escolheu homenagear o cantor Lulu Santos pela sua carreira no pop nacional (veja a lista completa de concorrentes no site http://www2.tim.com.br/premiotim/).

O hoje cinqüentão carioca Luís Maurício Pragana dos Santos, o Lulu Santos, com mais de 20 anos de estrada, falou sobre sua carreira.

P – “Eu sei exatamente mais ou menos quem não sou”, diz sua letra. Depois desses 20 e tantos anos de carreira, quem você mais ou menos não é?

Lulu Santos – Imagino que isso fica delineado pelo que apresento em minha música e por minhas escolhas pessoais. Uma das coisas que mais me interessam nessa canção que você cita “a mensagem”, do disco “Programa”, é ser um elogio da indefinição, uma reação ao radicalismo. Chega de dogma.

P – Você já foi achincalhado em diversos momentos pela crítica. Lembro de você reagindo algumas vezes. Alguma vez esse embate o machucou?

Lulu – Quando a gente reage mais, provavelmente é porque doeu na ferida. Aí é lamber a ferida até curar, no sentido de melhorar as defesas, ficar menos vulnerável. Me lembra uma das primeiras resenhas do show meu que saiu no Estadão. Dizia o crítico que a banda era boa, mas faltava ao artista “star quality”. Hoje chega a parecer ridículo, na hora pode até ter feito certo sentido, eu mesmo não consegui esquecer.

P – Outro dia, li que uma banda norte-americana que tocava no Mada, em Natal (The Walkmen), elogiou grupos brasileiros mas perguntou: “Por que aquele velho está ali?”, referindo-se a você.

Lulu – O que esperar de americanos? Sobretudo em termos de política externa, senão ignorância, arrogância e truculência? Esses caras não têm idéia de quem sou, o que represento para a cultura do País em que estão e se dão ao direito de deitar julgamento. Devem ser republicanos.

P – Caetano Veloso disse que o povo brasileiro deveria começar a demonstrar cansaço com o governo Lula. Como vê a atuação de seu colega de profissão Gil no Ministério da Cultura?

Lulu – A opinião pública deve manifestar desconforto imediatamente quando o sinta, faz parte da saúde do sistema. Não posso estar cansado deste governo, até porque seria inútil, ainda está em seu primeiro terço. Não sou do tipo que quanto pior melhor e sei que apressado come cru. Amanhã as coisas dão uma melhoradinha e a confiança retorna às mesmas bocas que antes amargavam. A vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim. Gil, tenho dito sempre, está ma-ra-vi-lho-so no papel.

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