A literatura fantástica como meio para falar de problemas reais é o recurso utilizado na coletânea de contos Grafias noturnas, livro de estreia do autor paranaense Luiz Fernando Riesemberg.

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Na definição do próprio autor, cada conto traz uma história sobre pessoas comuns tendo que conviver com inimigos poderosos e invisíveis, que podem ser manifestar na figura de um fantasma vingativo, uma epidemia mortífera ou a ambição humana.

Depois de seis anos de prática e participação em concursos literários, Riesemberg resolveu ingressar de vez na carreira literária com a publicação do seu primeiro livro, com a temática que vem sendo uma tendência de vendas, que é a do terror e a do realismo fantástico, presente nos 21 contos da obra.

No caso de Riesemberg, a intenção foi usar o desconhecido para abordar problemas da sociedade. “Histórias com vampiros e bruxos, por exemplo, têm sido bastante consumidas. Procurei ter algo a mais para dizer. Usar o vampiro, por exemplo, como alegoria para falar dos problemas que os humanos enfrentam”, exemplifica.

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Entre os contos está Eu não matei Charles Bronson, sobre um jovem de classe média que, após ser vítima de um assalto, passa a incorporar a personagem de um justiceiro que sai noite afora em uma jornada sangrenta atrás dos bandidos, revelando-se ainda mais cruel que os criminosos.

A inspiração vem de escritores renomados da literatura fantástica, como Ray Bradbury (Farenheit 451), Roald Dahl (Beijo com beijo), Richard Matheson (Eu sou a lenda) e J.G. Ballard (Crash).

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“Também não faltam homenagens ao cinema, principalmente aos filmes “B’ dos anos 1970 e 1980, nem às clássicas séries de horror e fantasia, como Além da imaginação e Amazing stories”, diz o autor.

Lançamento

Assim como a maioria dos autores iniciantes, Riesemberg enfrentou dificuldades para a publicação de seu livro. Querendo fugir da fórmula de pagar para lançar, o autor trilhou um caminho mais demorado, até receber uma proposta da editora Biblioteca24x7, especializada em escritores iniciantes.

Muitas editoras que aceitam publicar livros de novos editores mudam o foco do seu comércio: cobram do autor que precisa então vender os livros -para que a publicação aconteça.

“Esse não era o meu objetivo e por isso continuei tentando até encontrar a Biblioteca24x7, que publica e eu passo a ganhar uma porcentagem em cima das vendas”, conta Riesemberg. “Queria lançar com o meu talento, não com o meu dinheiro”, completa.

No entanto, muitos autores acabam optando pelo caminho pago, com a expectativa do lançamento. “O problema é que muitas vezes essas editoras nem fazem o trabalho de divulgação. É como lançar um CD. Hoje, qualquer um grava, mas o problema está depois, em vender”, compara.

Sem divulgação, a publicação por uma editora nem sempre pode ser a opção mais viável. “Para um autor iniciante, editora grande é utopia. Tem que ser conhecido, nem precisa escrever bem, para conseguir a publicação em uma delas. Por isso, para muitos autores iniciantes, é mais fácil ir diretamente em uma gráfica do que aceitar uma dessas propostas”, afirma o autor.

Grafias noturnas pode ser adquirido por meio do site da editora: www.biblioteca24x7.com.br.