Literatura abre corrida ao Prêmio Nobel

Estocolmo – A atribuição do prêmio de Literatura abre hoje a relação dos Nobel 2003, marcados todos os anos pelas especulações sobre os nomes dos premiados, em particular com o prêmio da Paz. E entre as especulações sobre o Nobel da Paz, se destacam as que apontam como grandes favoritos o papa João Paulo II e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

Para suceder o húngaro Imre Kertesz, prêmio de Literatura de 2002, o peruano Mario Vargas Llosa, o norte-americano Philip Roth e o sul-africano J. M. Coetzee figuram em boa posição, segundo editores e donos de livrarias. O sírio-libanês Adonis seria o ganhador praticamente imposto se este ano fosse recompensada a poesia.

Entre os “veteranos”, figuram os autores de expressão holandesa Hugo Claus e Cees Nooteboom, o norte-americano Norman Mailer, o francês Yves Bonnefoy, o franco-marroquino Tahar Ben Jelloun, o libanês Ismail Kadareh e o britânico Salman Rushdie.

O compasso de espera se encerra hoje às 8h (hora de Brasília), quando Horace Engdahl, secretário perpétuo da academia sueca, anunciar o nome do laureado.

Na segunda-feira, se conhecerá o prêmio de Medicina ou Fisiologia, na terça o prêmio de Física, na quarta os de Química e Economia.

De todos eles, o prêmio da Paz é o de maior peso no nível internacional. O nome do ganhador foi inclusive decidido na última segunda-feira, mas só será anunciado dia 10 de outubro em Oslo. Apesar do número recorde de 165 candidaturas, os cinco membros do Comitê Nobel norueguês talvez não tenham encontrado muitas dificuldades, levando-se em conta – de acordo com as especulações – o favoritismo quase absoluto de João Paulo II.

Para Stein Toennesson, diretor do Instituto de Investigação para a Paz, a distinção ao papa se justificaria por sua “franca oposição à guerra no Iraque”. “Por sua posição de chefe religioso, sua oposição contribuiu consideravelmente para minimizar um abismo potencial entre a cristandade e o islamismo, que poderia ter feito da guerra do Iraque uma nova “cruzada?”, estima Toennesson. “A saúde delicada do papa também pode ter levado o comitê Nobel a conceder-lhe o prêmio”, acrescenta.

Os prêmios Nobel foram concedidos pela primeira vez em 1901, atendendo à vontade expressada no testamento de Alfred Nobel, o inventor da dinamite, que os criou pensando “naqueles que a cada ano prestam os maiores serviços à humanidade”.

Segredo

As deliberações e votações das quatro academias encarregadas de conceder os prêmios Nobel são segredos e suas decisões são irrevogáveis. Além do diploma e da medalha, os ganhadores de 2003 receberão um cheque de 10 milhões de coroas suecas (1,11 milhão de euros). A entrega formal dos prêmios se realiza tradicionalmente em Estocolmo e Oslo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel em San Remo (Itália) em 1896.

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