Leona Cavalli: na TV, no cinema e no teatro

Leona Cavalli está muito bonita, e quem o diz é Betty Faria. As duas encontram-se no hotel de Copacabana em que se realizam as entrevistas do novo filme de Hugo Carvana. Betty e Leona têm participações importantes em A Casa da Mãe Joana 2. Betty faz, como diz, ‘uma bruaca’ e Leona dá sentido ao filme como a aspirante a cineasta que termina realizando o filme dentro do filme. Parece premonitório. Leona prepara um curta, que vai dirigir. E desfruta o novo status de estrela de TV.

Depois da prostituta Zarolha de Gabriela, ela colhe novo sucesso como a médica Glauce de Amor à Vida. Leona está bombando na novela das 8. Betty, que se define como noveleira, cobre a colega de elogios. “Você está muito bonita, menina.” E está mesmo. Betty não comenta nada sobre a novela. “Eu, não. Vocês (a imprensa) só querem que a gente fale mal. Eu acho que todo o elenco está muito bom, mas você, Leona, é ótima. E bonita desse jeito.”

Atriz de teatro e cinema, Leona colheu grandes êxitos no palco e na tela como a Geni de Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, na montagem de Cibele Forjaz, e a protagonista de Um Céu de Estrelas, de Tata Amaral. O público se acostumara a vê-la em grandes criações dramáticas (e sensuais). A sensualidade segue solta, mas o registro de alguma forma ficou mais leve. Leona adorou adentrar no universo do eterno ‘malandro’ do cinema brasileiro. “O Carvana faz um cinema da alegria, e entre amigos. Foi muito bacana me integrar com toda essa galera entrosada. O (José) Wilker, o (Paulo) Betti, Antônio Pedro, Betty (Faria). Foi muito divertido. E o Carvana dirige dando a impressão de que a gente está solta. Nada é improvisado, tudo é muito pensado no cinema dele, mas a impressão é de que o filme se faz sozinho.”

Casa da Mãe Joana 2 estreia na sexta, 6. E já a partir desta segunda, 2, o público poderá acompanhar a médica Glauce, apaixonada por Bruno, em Amor à Vida. Leona fala da personagem na novela de Walcyr Carrasco. “Ela começou muito ética e aí, apaixonada, começou a fazer coisas condenáveis. A Glauce é uma personagem com a qual as pessoas podem se identificar. É uma vilã, mas não a de carteirinha, malvada. Ela vai mais empurrada pelas circunstâncias. Tudo o que faz é por amor.” Leona está adorando trabalhar de novo com Walcyr Carrasco e o diretor Maurinho Mendonça. “Aprendo muito, eles são feras…”

Ela volta ao teatro como diretora, dirigindo um monólogo baseado em O Príncipe, de Maquiavel. O texto e o personagem viraram sinônimos de maquinações políticas. Maquiavélico virou adjetivo – é quem usa os outros de forma ardilosa, e com má-fé. Leona faz um paralelismo com Glauce. “A gente não precisa acreditar nessas pessoas para criá-las, mas em geral são exercícios muito interessantes de alteridade. E, entendendo o outro, a gente sempre termina por se entender a si próprio.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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