Lenine traz hoje a Curitiba seu novo álbum, Labiata. O cantor escolheu o nome de uma das mais famosas espécies de orquídeas para batizar o trabalho inédito, que ele apresenta no Teatro Guaíra.

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O disco, com onze canções inéditas, é 100% autoral e tem a participação especial de alguns dos parceiros mais habituais do artista, como Bráulio Tavares, Lula Queiroga, Dudu Falcão, Ivan Santos, Paulo César Pinheiro, Carlos Rennó e Arnaldo Antunes. O álbum registra também sua primeira parceria com Chico Science, em Samba e Leveza.

O CD tem esse nome por Labiata ser uma flor com ampla variedade de cores e que se adapta bem a qualquer região, tal como a obra de Lenine, regional, pop, rock, samba, eletrônica, pessoal e universal.

O cantor muda para se manter o mesmo. Desde Baque solto, de 1983, até esse novo disco, a trajetória é repleta de interseções que podem apontar para novos caminhos ou simplesmente para formas diversas de se chegar ao mesmo ponto.

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Diferente dos trabalhos anteriores de Lenine, para gravar Labiata o cantor entrou no estúdio sem nenhuma das músicas pronta. Elas foram criadas durante o processo de gravação. “Geralmente, quando você começa a fazer um disco, já tem um pedaço dele pronto.

Nesse, por uma conjugação de falta de tempo e por querer testar esse frescor de compor e gravar, fui fazendo assim: criava a música de noite e no outro dia ia para o estúdio”, explica.

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Com produção de JR Tostoi e do próprio cantor, o novo disco coloca o artista ao lado de seus parceiros de palco, como o próprio Tostoi, Pantico Rocha e Guila. “Esse trabalho tem uma grande diferença. Em todos os meus discos de estúdio eu tratava cada canção como um projeto independente, fechado em si. Eu fazia com pessoas diferentes. Nesse não. Eu aproveitei a experiência desse grupo de músicos que estão comigo há tantos anos e fizemos todo o disco juntos. O somatório dessas pessoas criou um outro ser, que é muito maior do que cada um individualmente e que já tem uma cara”, complementa.

Labiata é o primeiro trabalho em estúdio de Lenine desde Falange canibal, de 2002. Mesmo assim, o cantor afirma que o novo disco tem a mesma pulsação de um trabalho gravado ao vivo.

“O Labiata tem essa peculiaridade, soa como se tivesse sido gravado ao vivo, por conta da banda tocando junta, ali, na hora, sem muitos overdubs (gravações adicionais).”

Ele acredita que essa cumplicidade transpareça no resultado final. “Tem uma sintonia muito grande, é um som realmente de banda. É meio que uma simbiose, cada um vai pegando um pouco do outro. A gente praticamente não se fala mais, basta olhar que um já entende o que o outro quer. O Labiata é muito íntimo nesse sentido.”

Serviço

Show de Lenine.
Hoje, às 21h, no Teatro Guaíra.
Ingressos a R$40 na bilheteria do teatro.