Lançamentos de canções conhecidas é saída da indústria fonográfica

As gravadoras estariam capitulando? A pressão é essa. Imprensa, rádios e público, por diferentes motivos, exigem mais, a preços menores.

A mídia critica duramente as bandas atuais, seja rock brasileiro, axé, sertanejo ou pagode. A MPB anda mais ou menos bem, gravadoras independentes lançam, de tempos em tempos, CDs de qualidade. As rádios trabalham no tom da música americana e colocam no ar o limite da lei da música brasileira. Exceto as especializadas, evidentemente.

O público reclama do preço, 25, 30 e até 35 reais por um CD lançamento, é muito caro. O povão, que compra os álbuns dos populares e bregas, não tem condições para esses mimos. A molecada cai matando na internet e “baixa” músicas à vontade. Para os mais humildes, uma corrida ao camelô e compra de CDs piratas, made in Paraguai. A maioria não roda em qualquer aparelho. A maioria da maioria não dura dois meses. Trava. Mas por 3 ou 4 reais, o que se pode exigir? Infelizmente, a pirataria, um crime, é uma ocorrência do cotidiano nacional.

A estratégia que as distribuidoras e gravadoras resolveram adotar é a coletânea. A Som Livre lança este mês Nova Música Brasileira, que mistura música eletrônica com tipos como DJ Patife, música negra brasileira, Rappin’ Hood, Wilson Simoninha e Nação Zumbi, com músicos de primeira linha, como Cláudio Zoli, Tom Zé e Pedro Mariano. Para agradar a família inteira. Outra novidade é Power Ballads, da mesma gravadora. Num mesmo disco, o R.E.M., Sheryl Crow, Roxette e a ressurreição do Duran Duran. Também está valendo. Quem sabe funciona.

Um lançamento mais qualificado é Gonzaguinha, Perfil. Músicas antigas, naturalmente. Quase todas conhecidas, como o clássico Começaria tudo outra vez e não dá mais para segurar – Explode Coração.

Analisando com frieza, os três CDs parecem mais uma volta ao passado, com exceção do primeiro, que apresenta as novidades da geração MTV Rock e Gol. Não aparecem novidades na música brasileira? Ou fica mais barato lançar coletâneas, afinal o tiro é certo, pois atende aqueles que querem renovar sua discoteca.

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