Juliana Paes troca descanso por papel ao lado de Lázaro Ramos

Depois de cerca de nove meses no ar na pele da dissimulada Creuza, em América, Juliana Paes achou que a hora das férias havia chegado. Achou errado. Um convite um tanto inesperado fez com que a atriz adiasse seu merecido descanso: a possibilidade de fazer o especial de fim de ano Levando a vida, ao lado de Lázaro Ramos.

Entre outros fatores – como o curto período de gravações, de apenas sete dias -, para Juliana pesou a chance de atuar com um ator a quem ela considera um ídolo. E o contato, já nos bastidores do especial, não frustrou suas expectativas. ?Ah, confirmou tudo o que eu achava dele. É muito bom a gente poder trocar experiências com uma pessoa que tem tanta intensidade em seu trabalho?, derrete-se.

 Mais complicado do que adiar seu descanso foi, para Juliana, deixar de lado em tão pouco tempo os trejeitos da Creuza. Sua personagem em América, que a atriz classifica como caricata, em pouco lembra a Grace Kelly, papel que fará no especial. Para ela, enquanto a Creuza era doentia, a comerciária Grace Kelly é uma menina normal, com seus pequenos sonhos, como o de se casar com o motoboy Formiga, papel de Lázaro Ramos. Mesmo considerando ser possível construir um novo personagem tão rapidamente, Juliana admite que muito da Creuza ainda está em sua mente. ?É óbvio que quanto mais tempo você passa fazendo um personagem mais conciso ele fica, porque a cada dia entram mais informações na sua cabeça?, explica.

 Ao curto período de gravações e à oportunidade de trabalhar com Lázaro Ramos somou-se um outro fator que atraiu Juliana em Levando a vida: a possibilidade de o especial entrar na grade da Globo em 2006 como um seriado. A atriz garante que toda a equipe envolvida está fazendo o máximo para conseguir esse ?lugarzinho ao sol?, mesmo evitando pensar nisso para se concentrar apenas no episódio de fim de ano. ?Deve ser muito gostoso fazer um programa semanal. As coisas ficam mais cuidadas, as cenas são feitas com mais tempo, com mais carinho?, justifica.

 Em Levando a Vida, os personagens Grace Kelly e Formiga vão mostrar as expectativas de pessoas simples sobre planos comuns. Ele, um motoboy, e ela, uma comerciária, são noivos mas não têm dinheiro nem para um anel de noivado, que custa R$ 70. As idas e vindas para conseguir o dinheiro são a principal idéia-motriz do especial. Para Juliana, é justamente esse argumento comum o elemento capaz de criar uma identificação com o telespectador. Ela acredita que uma situação tão corriqueira, como a necessidade de se conseguir R$ 70, vai falar diretamente à boa parte do público. ?O que mais acontece com meninas como ela é chegar em um shopping, olhar uma roupa e não poder comprar?, compara.

 Depois de uma falsa beata que se transformou em uma libertina, nada impede que uma moça comum exija de Juliana Paes a sensualidade que ela costuma emprestar a seus personagens. Mesmo se dizendo cansada de falar sobre o tal estereótipo da boazuda, a atriz garante que não rejeita o tipo.

Consciente de que seu biotipo sinuoso a empurra para personagens sensuais, Juliana afirma que prefere se preocupar com o diferencial que cada papel pode trazer para sua carreira. ?Eu não me preocupo com isso. Apenas quero personagens que sejam diferentes, que tenham conteúdo, que me tragam coisas novas?, desabafa. Se a Grace Kelly vai usar de sua sensualidade ou não, Juliana não sabe. Sua única certeza, porém, é que, no dia 7 de dezembro, estará embarcando para os Estados Unidos, onde fica até o dia 21, para as sonhadas férias. De volta ao Brasil, depois das festas de fim de ano em família, a atriz tem como único projeto para 2006, até o momento: fazer um filme. ?Eu recebi um roteiro do Hugo Carvana, li e gostei. Mas nem sei quando as filmagens vão começar. Não tenho nenhum outro projeto para o ano que vem?, assegura. A não ser que Levando a vida vire seriado.

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