Jeito bonachão do Roberto Bomfim conquista o público, que pede uma namorada para o personagem

Roberto Bomfim parece não se importar com o fato de seu personagem, o Salvador, ter andado um tanto esquecido em Celebridade. Mas o público se incomodou. Tanto que um grupo de discussão sobre a novela sugeriu ao autor Gilberto Braga que arranjasse uma namorada para o barbeiro boa-praça. Nos próximos capítulos, Salvador vai engatar um romance com Palmira, a negra “arrasa quarteirão” vivida por Adriana Alves. “Queriam ver o Salvador namorando e ele paquera a Palmira há algum tempo. Na inauguração da casa de samba do Andaraí começou a rolar um clima”, explica.

Sempre emendando personagens, esse carioca de 58 anos não tem medo de trabalho. Nem de se desvencilhar totalmente da rotina por um novo personagem. Depois de gravar uma novela em Angola, ele foi convidado para fazer uma outra na África. Mas ainda não decidiu o que vai encarar depois de Celebridade. “Como me adaptei ao esquema e sou flexível, estão me chamando para fazer novela fora. Ainda não sei se vou aceitar porque não gosto de resolver sobre o próximo trabalho enquanto o atual não acaba. Por enquanto estou administrando as ofertas”, brinca o ator, que ainda tem a opção de decidir entre três filmes para participar no Brasil. “O primeiro que estiver encaminhado eu pego”, explica. Longe dos palcos há cinco anos, Roberto está procurando um texto de teatro para produzir. “Quero ‘mambembar’ com uma peça. Mas tenho de ter calma porque preciso achar uma coisa legal, que me dê prazer”, simplifica.

P – Você acredita que a exigência do público por esse romance se deve a empatia do seu personagem, a sua ou até mesmo as duas juntas?

R – As duas. O personagem é uma pessoa maravilhosa e eu realmente tenho muita empatia. Na rua as pessoas vêm me abraçar com facilidade porque sabem que sou parecido com esses tipos boa-praça que costumo interpretar. Sou simples e freqüento lugares populares. Por isso tenho essa proximidade com o público.

P – Você faz questão de que seu próximo personagem seja diferente desses suburbanos honestos, trabalhadores e de bem com a vida que andam lhe perseguindo nos últimos tempos?

R – Não me importo muito com as semelhanças entre os papéis. Se gosto do personagem, aceito. Até porque o que mais fiz foi bandido no início da carreira. E sempre existe uma diferença.

P – Para você, quais os personagens mais marcantes da sua carreira?

R – Dos mais recentes, adorei o Pajé de Uga-Uga. Me diverti nessa novela porque podia fazer as coisas mais loucas que tudo cabia no personagem. O mais marcante para mim talvez tenha sido o Chico Chicão de Gabriela. Era um personagem interessante, um jagunço que matava, mas era bom. O Tobias de Cabocla, que passou em 1979, é um dos mais importantes. Até hoje falam de mim nessa novela.

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