Ivens Machado em exposição no Museu de Arte Contemporânea

O Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC) abre nesta segunda-feira (27), às 18 horas, a maior exposição já realizada sobre o artista plástico carioca Ivens Machado. Intitulada “O Engenheiro de Fábulas”, a mostra vai apresentar 49 trabalhos representativos da carreira de Ivens, entre esculturas, objetos, desenhos e instalações, que cobrem sua trajetória desde o fim dos anos 60 até hoje.
Com patrocínio da Petrobras, a mostra é uma produção da Imago, com design e montagem do próprio artista e da arquiteta Leila Scaf Rodrigues. Abrange as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba e inclui a edição de um livro-catálogo com 200 páginas.
“Ivens Machado ? O engenheiro de Fábulas” vai ocupar os 1.800 metros dos dois andares do MAC. Além desses espaços, quatro esculturas monumentais, feitas em concreto armado, pedras e pigmentos, estarão no jardim em frente ao prédio do Museu, como um convite a cada visitante.
Homenagem – A mostra possibilitou ao artista rever o conjunto de sua obra, realizada em 30 anos de carreira. O processo criativo de Ivens Machado é de pura elaboração mental, sem o auxílio de esboços ou protótipos.
Ele age diretamente sobre a matéria, e seu elemento preferido é o utilizado em construções populares, como concreto, cimento, cacos de telhas e de vidro. Com mais de quatro toneladas no total, as esculturas e instalações exigem uma complexa logística de transporte e montagem.
Um exemplo é a obra “Instalação ? 2001”, uma parede de barro vermelho de 11 metros de comprimento com seis de altura, que será construída no andar térreo do MAC e que possui uma escultura de concreto e cacos de telha.
Para a crítica de arte Lígia Canongia, que coordenou o livro homônimo à exposição, o esforço de “construção” para Ivens, não é o do cálculo, da engenharia, menos ainda do protótipo, mas um esforço guiado pela imaginação, pelo agenciamento emergente e impulsivo das imagens. “É dento dessa consciência do jogo, da casualidade e da inventividade latente e pulsante que ele resgata o lado lúdico das coisas, aí onde elas perdem o atributo do controle e ganham a magia dos instintos primários”, analisa a crítica.
Nessa mostra vão estar duas peças que há muitos anos o artista não expõe: a obra “Sem Título”, de concreto armado, parte do acervo de Gilberto Chateaubriand, chamada de “Índia”, pelo colecionador, e “Lágrima”, feita em concreto, pigmentos e rede metálica.
Trajetória – Ivens Machado chamou a atenção da crítica no V Salão de Verão, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1973, em que ganhou o Prêmio de Viagem ao Exterior. Naquele ano, o artista participou da XII Bienal Internacional de São Paulo, e começou a criar os Cadernos, séries de desenhos em que desorganiza as pautas de cadernos escolares. Esse trabalho também poderá ser visto no MAC.
Os anos da década de 70 são dedicados à produção de esculturas, performances e à pesquisa em vídeo-arte, movimento em que foi um dos pioneiros. Ivens passou a expor em importantes instituições no Brasil e no exterior, principalmente nos EUA, Argentina e Itália, onde passou grandes períodos.
A obra Bumerangue é uma criação de 1979, realizada durante a vigência da ditadura militar. É uma escultura de concreto e cacos de vidro, um dos destaques dessa retrospectiva. Os anos 80 e 90 representam a maturação de sua obra, quando o artista tornou-se um dos maiores escultores da arte contemporânea brasileira.
Suas obras podem ser vistas hoje em espaços públicos e em jardins como o do Museu de Arte Moderna de S

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