Artistas devem defender ideais – é esse o conceito por trás da programação da quinta edição do Ilumina Festival, que começa na quarta, dia 2. Com o tema Rebelde, o evento divide sua programação entre o interior de São Paulo e a capital, em palcos como o Masp e a Sala São Paulo, sob direção artística da violista americana Jennifer Stumm.

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“O que me inspirou foi o papel do artista na história e na sociedade. Eu queria honrar o espírito de rebeldia do Ilumina. O festival é comandado por artistas, quebramos várias regras, fazemos música clássica para todos, não apenas para a elite”, diz Jennifer. “Chegamos à quinta edição com pessoas no mundo todo sabendo do nosso trabalho, que há uma onda de talento surgindo da América do Sul. É um sonho que se realiza. O concerto de encerramento na Sala São Paulo foi batizado de Rebelião de Alegria, porque afinal a alegria é a rebeldia máxima.”

O festival carrega uma proposta artística e pedagógica diferente. Anualmente, os músicos – alunos e professores – se reúnem em uma fazenda em Mococa, no interior de São Paulo, onde compartilham experiências, ensaiam e tocam juntos. Dessa convivência nascem os programas a serem apresentados. Em São Paulo, haverá apresentações nos dias 11 e 12, no Masp, nos dias 12 e 13 no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, e no dia 13 na Sala São Paulo.

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Os repertórios originais são destaques da proposta do Ilumina. Os músicos vão da música barroca à criação contemporânea, buscando diálogos entre épocas, autores e estéticas diferentes. Um dos programas, por exemplo, começa com Brahms e segue para obras de Shostakovich e George Crumb, então fazendo uma pequena parada em Schubert no caminho até Olivier Messiaen.

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“Quando encontro um tema, então diferentes narrativas de concertos ganham vida, como se eu estivesse fazendo três ou quatro óperas de uma hora, sem palavras. Às vezes, é algo muito pessoal. Eu perdi minha mãe de forma inesperada no ano passado e com certeza o programa que batizei de O Fim do Tempo foi inspirado nisso. Quero que a plateia sinta a mesma jornada emocional que os artistas, do início até o fim. Por isso combino peças de maneiras pouco usuais, sem aplauso, ou com os artistas se movendo pelo palco. Confiamos uns nos outros e então não há barreiras.”

Em abril, os músicos participantes do Ilumina também farão um concerto com o pianista britânico Paul Lewis na Sala São Paulo, pela temporada internacional da Tucca. “Queremos criar uma identidade global que vá além do festival e espero que esta seja a primeira de muitas colaborações entusiasmantes”, acrescenta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.