Humor que vem do outro lado do mundo

Depois de interpretar a trágica Fernanda de Mulheres Apaixonadas – que morreu vítima de bala perdida -, tudo o que Vanessa Gerbelli queria era uma personagem leve e cômica. E foi exatamente isso o que ela encontrou na Tancinha de Da Cor do Pecado.

Na trama de João Emanuel Carneiro, a atriz interpreta uma viúva fogosa que procura o Pai Helinho, de Matheus Nachtergaele, a fim de matar saudades do falecido marido. Já na primeira sessão, porém, o falso pai-de-santo é que fica enfeitiçado pela moça. Quem não gosta nada disso é o espírito de Feitosa, que resolve infernizar a vida do casal. “O pessoal deve ter estranhado a Tancinha: ‘Meu Deus, quem é essa figura de cabelos curtos e peitos grandes?’ Mas é importante se reciclar, até mesmo para não cansar o público”, garante.

Para diferenciar uma personagem da outra, Vanessa cortou as longas madeixas que caracterizavam o visual de Fernanda. Os vestidos coloridos, com decotes bem pronunciados, de Tancinha também devem ter surpreendido quem se acostumou a vê-la em Mulheres Apaixonadas com roupas fechadas, escuras e pesadas. A maior diferença, porém, é o teor cômico, quase debochado, do núcleo a que pertence a personagem. Desde que assumiram o romance, Helinho e Tancinha não têm um minuto de paz. O espírito de Feitosa, inconformado com a infidelidade da viúva, está sempre incorporando em alguém. Para interpretar o “encosto”, Vanessa caprichou no tique nervoso e no aspecto queixudo do falecido. “Fisicamente, a Tancinha é até mais estressante que a Fernanda. Ela pula, cai, corre, incorpora… Mas, psicologicamente, é pura diversão”, enfatiza.

Cantora

A realização de Vanessa hoje só não é completa porque ela não consegue conciliar as muitas atividades profissionais. E por motivos óbvios. As gravações de Da Cor do Pecado e as apresentações de Tartufo, em São Paulo, consomem boa parte do tempo da atriz. Sem contar suas atividades como cantora, compositora, dançarina, artista plástica… Foi no musical Cazas de Cazuza, aliás, que ela chamou a atenção do diretor Walter Avancini, um notório descobridor de talentos desde os tempos de Regina Duarte e Bruna Lombardi. Vanessa teve de recusar uma proposta de gravadora para se dedicar à sua primeira novela. “Já me chamaram até para fazer show. Mas sou meio ‘caxias’. Para fazer, tem de ser bem-feito. Antes de mais nada, quero me firmar como atriz”, salienta.

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