Hitmaker britânico lança disco ‘Moon Landing’

Objeto de um dos maiores esforços coletivos de bullying do mundo, o cantor britânico James Blunt aprendeu a dar o troco. Recentemente, no Twitter e em entrevistas, tem devolvido de forma bem-humorada ou sarcástica as ofensas dos haters.

“Se sua música You’re Beautiful fosse cantada pelo Mestre Yoda, como seria?”, perguntou o jornal The Guardian. Ele respondeu: “Beautiful, you are. Beautiful, you are. True it is”.

Aos 39 anos, ex-soldado do exército britânico, James Blunt poderia radicalizar ainda mais. Ele foi o primeiro oficial a entrar no Kosovo, durante a guerra, em 1999. Nascido num hospital militar de Tidworth, Wiltshire, Inglaterra, serviu seis anos no exército. Sabe atirar com armas de precisão. “Isso foi há muito tempo. Há um longo tempo me dei conta de que a melhor arma são as palavras, as canções são armas perfeitas de convencimento e de persuasão em busca da paz e do entendimento”, contou o cantor, falando em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo por telefone.

Hitmaker implacável, Blunt se tornou detestado por muitos pela onipresença de algumas de suas canções nos meios públicos de execução. Seus números são impressionantes: em 7 anos, ele vendeu 17 milhões de discos e 20 milhões de singles; teve 5 indicações ao Grammy, a 2 Brit Awards, e emplacou 5 singles número um nas paradas.

No dia 18 de novembro, Blunt lançou um novo disco, o quarto álbum de sua carreira, Moon Landing. É um álbum que abre mão da produção requintada e um pouco exibicionista de sua produção mais recente e tenta voltar aos primórdios, à adolescência, quando ele “encontrou a liberdade na música” e a ênfase era na sua voz peculiar.

“É uma espécie de reencontro com algumas pulsões essenciais, com as primeiras motivações”, afirmou. “Não tem nada superproduzido, é uma tentativa de voltar a ter o controle total do que estou pensando, do que posso produzir. Para isso, escolhi um parceiro cujo foco é na alma da música.”

O parceiro é o produtor Tom Rothrock, que já trabalhou com Foo Fighters, Moby e Beck. Para os que detestam Blunt, o disco traz más notícias: uma das canções, Bonfire Heart, tem apelo suficiente para se tornar mais um hit planetário. É uma música erigida sobre uma metáfora militar: “Sua boca é um revólver/Disparando balas no céu/Seu amor é como um soldado/Leal até que vá para o beleléu”.

Blunt também busca, em algumas músicas, uma reflexão sobre o star system e suas armadilhas. É o caso de Miss América, que nasceu do impacto que teve sobre ele o drama da cantora Whitney Houston, que definhou vagarosamente em praça pública, passando de grande estrela a paciente com cadeira cativa em clínias de reabilitação: “Alguém te deu algo para te ajudar a amenizar a dor? Como o líquido da garrafa que vimos você esvaziar? E sinto que te conheço pelo zuzum da música/Sempre rodeada de gente mas sozinha”.

Satellites traz um comentário social de Blunt sobre a dependência moderna da tecnologia. Apenas Bones parece ceder um pouco mais à grandiloquência da música eletrônica, mas Blunt discorda. “Acho que tem um tom mais épico, mas não foi feita com esse apelo de pistas”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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