O que o Paço da Liberdade, o Casario da Rua XV, a antiga Estação Ferroviária e o prédio da Universidade Federal do Paraná tem em comum? A resposta está nos novos volumes dos livros da coleção A capital, lançados pela Fundação Cultural de Curitiba e a Travessa dos Editore.

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Os livros, de autoria do historiador Marcelo Sutil e do arquiteto Salvador Gnoato, trazem uma análise dos principais marcos da arquitetura curitibana a partir do século 20. Dos cinco volumes, três são dedicadas à vida e obra de alguns dos mais importantes arquitetos da capital paranaense.

O espelho e a miragem: ecletismo, moradia e modernidade na Curitiba do início do século 20 é o tema de um dos livros da coleção. Marcelo Sutil apresenta o panorama de um dos períodos mais produtivos em termos de arquitetura.

Entre os séculos 19 e 20, Curitiba cresceu e urbanizou-se mais do que nos 200 anos anteriores de sua história. Em Arquitetura do movimento moderno em Curitiba, Salvador Gnoato trata dos planos urbanos em seus contextos históricos.

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Na segunda parte, ele analisa a produção realizada a partir do rompimento da alvenaria eclética, característica da ocupação histórica do começo do século 20. Os dois novos livros trazem os principais projetos elaborados pelos arquitetos Romeu Paulo da Costa e Rubens Meister, com desenhos e fotografias atuais dos imóveis ainda existentes.

Romeu Paulo da Costa projetou muitos dos primeiros arranha-céus de Curitiba, mas sua principal obra foi o prédio da Biblioteca Pública do Paraná. Rubens Meister é autor dos projetos do Teatro Guaíra, do prédio da Prefeitura de Curitiba e da Rodoferroviária de Curitiba.

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O historiador Marcelo Sutil conta que o “ponta pé” inicial para a elaboração das obras foi a sua tese de mestrado. “Sempre gostei muito de arquitetura. A composição das fachada sempre me chamou a atenção. Assim pude juntar a minha necessidade no curso de mestrado com um dos meus temas prediletos”, afirma.

Outro arquiteto destacado na coleção é Baeta de Faria, que foi uma das expressões da arquitetura curitibana nos primeiros anos da República (virada do Século XIX para o Século XX).

A pesquisa de Marcelo Sutil resgata a história desse engenheiro, que ocupou a diretoria de obras públicas da Prefeitura, foi professor, empresário (sócio da maior construtora então existente na cidade) e projetou sua obra mais conhecida: o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná.

“A ideia é fazer um resgate da memória desses profissionais de arquitetura, neste caso profissionais do período eclético, que é um dos meus preferidos. Desta época resultam obras de arte como o prédio do Paço e o prédio da UFPR”, diz Sutil.

O historiador faz questão de ressaltar a colaboração da FCC, que forneceu fotos e imagens dos imóveis. “O objetivo da coleção é chamarmos a atenção para a memória da nossa arquitetura, que é rica e singular, além de colocar a questão urbana em evidência, já que muitos dessas obras passam despercebidas no cotidiano dos curitibanos”, afirma.

Marcelo Sutil é historiador e mestre formado pela Universidade Federal do Paraná, autor de vários livros sobre a memória urbana de Curitiba. Atualmente exerce o cargo de coordenador de Pesquisa da Diretoria do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Fundação Cultural de Curitiba.

Salvador Gnoato é arquiteto pela Universidade Federal do Paraná, mestre e doutor pela Universidade de São Paulo. É professor da Universidade Católica do Paraná.

Serviço

Lançamento da coleção A capital – 5 volumes. Romeu Paulo da Costa – vida e arquitetura. Rubens Meister – vida e arquitetura. Baeta Faria – um empreendedor nos primeiros anos da Rep&uacu,te;blica. Arquitetura do movimento moderno em Curitiba. O espelho e a miragem – ecletismo, moradia e modernidade na Curitiba do início do século 20.