Gwyneth Paltrow será a polêmica Wallis Simpson

A atriz Gwyneth Paltrow interpretará Wallis Simpson, a controvertida esposa do rei Eduardo VIII da Inglaterra, que abdicou em 1936, após somente onze meses no trono, para casar-se com ela, uma divorciada americana. A notícia coincidiu com a divulgação de um dossiê sobre a crise provocada pela abdicação, que entre outros detalhes revela que Simpson teria um amante secreto antes de casar-se com o monarca.

Paltrow fará Wallis Simpson numa série da rede de televisão BBC, que promete revelar as intimidades da família real britânica. “Este será um papel muito interessante para a artista, porque Wallis era uma personalidade muito complexa”, comentou um porta-voz da rede britânica.

Um porta-voz do palácio do Buckingham declarou que a família real não foi informada sobre o projeto da BBC sobre a esposa de Eduardo VIII. “Não temos conhecimento desta série, mas esperamos que seja fidedigna aos fatos históricos”, ressaltou o assessor da rainha Elizabeth II.

O anúncio da nova série ocorreu ao mesmo tempo em que os tablóides britânicos divulgavam um dossiê com novos documentos sobre a crise causada pelo romance de Eduardo VIII, mantido até hoje como secreto de estado. Nem a BBC nem a família real fizeram comentários sobre o assunto.

A revelação mais escandalosa está contida num relatório policial, segundo o qual Simpson, quando já se encontrava com Eduardo, mantinha um relacionamento com um funcionário da Ford, Guy Trundle, definido pelos informantes como “um aventureiro de bom aspecto e de maneiras impecáveis”.

O dossiê diz também que os sucessores de Eduardo VIII, o rei Jorge VI e a rainha Elizabeth, fizeram de tudo para impedir que Simpson obtivesse o título de Alteza Real, apesar dos peritos em direito monárquico terem advertido que ela, como esposa de um ex-soberano, tinha direito ao título. “O rei Jorge VI autoriza seu irmão a usar o título, mas proíbe sua extensão a quem procure obtê-lo por laços com ele”, diz uma carta do então primeiro-ministro Neville Chamberlain.

Jorge e Elizabeth proibiram os membros da família real de participar do casamento de Eduardo e Wallis, celebrado a 3 de junho de 1937, seis dias após a oficialização do segundo divórcio da senhora Simpson. O monarca escreveu pessoalmente ao irmão para informá-lo da ausência da família, decidida para “manter distância” da nova duquesa do Windsor.

O governo britânico e os membros da corte tentaram evitar que a imprensa noticiasse a crise monárquica, a ponto do diretor do “Morning Post”, numa carta enviada ao primeiro-ministro Stanley Baldwin em novembro de 1936, indagar até quando os jornais deveriam observar “o grande silêncio”.

Só um mês depois Eduardo abdicou. Antes de deixar o trono, o monarca tentou fazer um discurso radiofônico para explicar seus motivos aos súditos, mas, segundo o dossiê, o governo proibiu o pronunciamento, não lhe restando outro caminho que a renúncia à coroa.

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