Gilberto Gil canta na festa de Paulo Coelho em Frankfurt

Depois de participar da abertura oficial da Feira de Frankfurt, o escritor Paulo Coelho lotou na quarta-feira à noite (15) um clube descolado para comemorar os 100 milhões de exemplares de sua obra vendidos em todo o mundo. E, para completar o cardápio, ele participou ontem de um encontro com os leitores para falar sobre ‘Brida’. “Há 20 anos, quando comecei, jamais imaginei que tudo isso aconteceria”, confessou o escritor.

Apesar de não dispensar o carinho dos fãs, Paulo Coelho não escondia sua felicidade com o sucesso da festa, na quarta à noite. Especialmente pela presença de Gilberto Gil, aqui mais na condição de ex-ministro da Cultura que como compositor. E foi assim que Coelho o apresentou aos convidados, “nosso eterno ministro da Cultura”, um agrado, mas também uma alfinetada no atual ocupante da pasta, Juca Ferreira, que não compareceu à festa, embora convidado.

A ferida ainda não cicatrizara – Coelho não se conformou com a justificativa de Ferreira que, na semana passada, telefonou para desconfirmar sua presença, alegando que teria encontro com outros ministros da Cultura. “Uma completa e absoluta falta de respeito comigo, com meus editores nacionais e internacionais, com a Feira de Frankfurt – já que sua presença tinha sido anunciada – e com os meus leitores”, escreveu o autor, em uma carta que divulgou pela internet.

Mas Gil estava lá e, mesmo se portando diplomaticamente, não comentando sobre o assunto, fez questão de bajular o escritor, “um músico como eu”, dando ainda uma canja, cantando duas canções, apesar da voz rouca. Gil começou elogiando Coelho, dizendo que o encontro deveria se chamar 100 milhões de festas, uma vez que a leitura de sua obra sempre provoca boas sensações. Em seguida, cantou Nos Barracos da Cidade. A apresentação de Gil empolgou Paulo Coelho, que, de microfone em punho, improvisou um dueto de roucos para cantar Não Chores Mais.

Feira

O Brasil estreou na Feira de Frankfurt com atraso: somente ontem, segundo dia do evento, é que os 6.400 livros nacionais passaram a ocupar o estande de 108 metros quadrados. Todo o material estava preso em Madri. Motivo: como uma das editoras utilizou uma caixa com os dizeres “produto corrosivo” para transportar seus livros, as autoridades espanholas decidiram reter todo o lote. Com isso, as obras só chegaram na noite de quarta-feira a Frankfurt, quando a feira já estava aberta. A Companhia das Letras, que tem um estande próprio, também foi prejudicada, pois utilizou o mesmo transporte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.