Gente como a gente

?Geladeira de presente??. Por onde vai, Marco Ricca ouve essa pergunta das mulheres. Em Paraíso tropical, ele interpreta Gustavo, gerente do Hotel Duvivier e um marido comum de classe média, daqueles que costumam presentear a esposa com eletrodomésticos. Na novela, o episódio da geladeira é o divisor de águas na relação de Gustavo e Dinorá. Assim como as telespectadoras, Dinorá detestou o mimo, o que gerou várias confusões na família moradora do edifício Copamar. No momento atual do folhetim, o casal está separado. Mas a mulher vai ficar irada de vez quando descobrir que o ex-marido tem um caso com a jovem Gilda, encarnada por Luli Miller. ?Até a ex-sogra, que era uma aliada, vai passar a infernizar sua vida?, prevê.

Depois de inúmeras pequenas participações, Marco volta às novelas com um personagem absolutamente popular. ?O Gustavo é o brasileiro comum, estou adorando fazer um papel cômico! Além disso, sempre quis fazer uma novela do Gilberto Braga?, comenta. Contracenando com Marco, está Isabela Garcia, que encarna a perua Dinorá. ?Estou na trama para dar apoio ao salto da grande atriz que é a Isabela. Eu diria até que meu personagem é um apêndice para o dela?, derrete-se.

Antes de ser chamado para atuar em Paraíso tropical, Marco estava se dedicando a viver o rei Ricardo III na montagem teatral da peça homônima de Shakespeare, comandada por Jô Soares. Lá, tinha como colegas de palco Glória Menezes e Denise Fraga. ?Fazer personagens sofridos cansa um pouco. E também chegou a hora de fazer uma novela?, conclui.

Desde 2002, quando interpretou o bom-moço Augusto em O beijo do vampiro, Marco não atuava em uma novela do início ao fim. ?Sempre fiz mais cinema e teatro que televisão. Para mim, a Globo é uma grande patrocinadora. Desde que entrei na casa, em 1993, nunca deixei de fazer peças e filmes. Ter essa liberdade é ótimo?, exclama.

Nos últimos cinco anos, Marco participou de nada menos que nove filmes, entre eles, Crime delicado, que produziu e escreveu o roteiro, além de atuar. ?No Brasil, tem que botar a mão na massa, senão os projetos não acontecem?, avalia. No teatro, Ricardo III é a trigésima peça que produz, segundo calcula. ?No teatro é onde sou mais feliz. Ao mesmo tempo, é o tipo de trabalho no qual mais sofro. Entro sempre de cabeça?, explica.

No contato com o público, Marco não se importa de ouvir comentários sobre a vida do gerente do fictício Hotel Duvivier. Mas em sua vida pessoal ele é totalmente discreto. Um bom exemplo foi quando estava escolhendo um novo apartamento e, ao ser lembrado por um amigo que o bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, é famoso por ser repleto de ?paparazzi?, desistiu na hora. Acabou por escolher a Barra da Tijuca, território vasto e pouco explorado pelos incansáveis fotógrafos de celebridades. ?A Barra da Tijuca é um lugar de proscritos, por isso moro lá?, defende o paulistano ?low-profile?.

Quanto a Gustavo, Marco ainda não sabe como a separação de Dinorá e os amores que os dois terão neste período vão afetar a ambos na trama das oito. Mas a torcida por uma reconciliação é indisfarçável. ?No final, acredito que eles vão voltar, até porque é um casal pelo qual o público torce. Os personagens caíram no gosto popular. Todos os casais têm momentos assim?, garante.

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