O baterista e ex-fundador do grupo O Rappa, Marcelo Yuka, está internado em estado grave no Hospital Quinta D’Or, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da unidade. Em respeito à família, o hospital não divulgou informações sobre seu estado de saúde.

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Mais cedo, o produtor do Planet Hemp, Marcello Lobatto, publicou uma foto em seu perfil no Instagram sugerindo que Yuka tivesse morrido. “Valey Yuka, obrigado por tudo! Sentiremos eternamento sua falta!”. A publicação repercutiu nas redes sociais e, horas depois, Lobatto deletou a mensagem e se corrigiu.

“Sinto muitíssimo! Recebi uma ligação de um amigo muito próximo ao Yuka, aos prantos, me informando sobre o falecimento e me precipitei. Já conversei com amigos e familiares e o Marcelo Yuka esta hospitalizado, mas vivo!”, escreveu. “Mais uma vez peço desculpas e vamos continuar rezando pela sua recuperação.”

Criador dos hits d’O Rappa, como Pescador de Ilusões, Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero) e Todo o Camburão Tem um Pouco de Navio Negreiro, Yuka se recuperava nos últimos meses de um derrame cerebral sofrido no ano passado.

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Marcelo Yuka foi um dos fundadores do Rappa em 1993, com a intenção de acompanhar o cantor caribenho Papa Winnie em suas apresentações no Brasil. O grupo tinha Nelson Meirelles, que era produtor do Cidade Negra; Marcelo Lobato (áfrica Gumbe); Alexandre Menezes, o Xandão; e Marcelo Yuka (que havia passado pela banda KMD-5).

Depois dos trabalhos com Winnie, os músicos resolveram seguir em frente e procuraram por um vocalista. Depois de anunciarem a vaga no jornal O Globo, chegaram a Marcelo Falcão.

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No dia 9 de novembro de 2000, a vida do músico sofreu uma forte guinada após ele ser baleado durante um assalto no Rio de Janeiro. Yuka tentou impedir a ação de oito criminosos contra uma mulher e foi atingido por nove tiros, todos pelas costas. Uma das balas atingiu a segunda vértebra torácica do baterista, deixando-o paraplégico.

Yuka ficaria n’O Rappa até 2001, assinando músicas que ditavam o rumo ideológico do grupo. Sua saída aconteceu após uma série de divergências entre ele e outros integrantes do grupo. O grupo F.UR.T.O foi idealizado pouco tempo depois e, segundo o que dizia em suas entrevistas, se tratava de um projeto ainda maior, com intenções sociais.

Militante de direitos e políticas sociais, especialmente sobre a violência, Yuka se filiou ao PSOL e disputou as eleições municipais de 2012 como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo hoje deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

Sua vida e sua recuperação após a tentativa de assalto que lhe deixou paraplégico foram retratadas no documentário “Marcelo Yuka no Caminho das Setas”, de Daniela Broitman, ex-jornalista do Estado.

Em fase recente, o artista lançou em janeiro de 2017 o álbum “Canções para Depois do Ódio”, motivado pela própria biografia com canções ressaltando a depressão pela qual havia passado.