Amsterdã – As imagens da seca na Amazônia que chocaram o mundo no ano passado concorreram ao World Press Photos, premiação internacional de fotojonalismo. O Greenpeace recebeu prêmio pela foto de um navio parado em meio a um banco de areia numa das piores secas de todos os tempos na região. A foto foi tirada pelo fotógrafo Daniel Beltrá, em Barreirinha, na Amazônia, em outubro de 2005. O Greenpeace foi premiado também pela fotografia retratando vítimas dos efeitos nocivos do desastre nuclear de Chernobyl, tirada por Robert Knoth. ?As fotos são poderosas, não apenas pela qualidade, mas também pela mensagem que elas transmitem. Elas são um retrato da realidade, um vislumbre do que poderá ser o futuro, a não ser que se faça algo agora?, disse o editor de foto do Greenpeace Internacional, John Novis.
Os prêmios foram anunciados no dia em que cientistas revelaram que o clima está passando pelas ondas de calor mais quentes em 1.200 anos no hemisfério norte – e também dois meses antes do 20.º aniversário da explosão de Chernobyl, que será em 26 de abril. As fotos são lembretes do fracasso dos governos e empresas para agir no passado, e do trabalho ainda a ser feito de parar as mudanças climáticas e a feia realidade do poder nuclear. ?Não há prêmios para aqueles que causaram essas imagens?, disse o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Gerd Leipold. ?As imagens são um aviso visual das conseqüências da obsessão global com energia suja em detrimento das comunidades e do meio ambiente.?