Nem documentário, nem ficção, FilmeFobia, de Kiko Goifman, levou o prêmio de melhor filme do Cine Brasília, mas seu diretor saiu vaiado pelo público. No filme, o ensaísta Jean-Claude Bernardet faz o papel de um cineasta chamado Jean-Claude. Por essa ‘interpretação’, Bernardet levou o inusitado troféu de melhor ator. Além desses dois candangos, FilmeFobia ficou ainda com os prêmios de montagem, direção de arte, e o troféu da crítica. À Margem do Lixo, terceiro vértice da tetralogia de Evaldo Mocarzel sobre os desvalidos da sociedade brasileira, ganhou o prêmio especial do júri, fotografia e também o júri popular. E, de quebra, foi muito aplaudido pelo indócil público do Cine Brasília.

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Tudo Isto Parece um Sonho levou as estatuetas de roteiro e direção (Geraldo Sarno). Siri-Ará, de Rosemberg Cariry, ganhou o prêmio de ator coadjuvante (Everaldo Pontes) e seu elenco feminino foi contemplado em conjunto. Ñande Guarani, de André Luis da Cunha, recebeu o prêmio de melhor som, e O Milagre de Santa Luzia, o de trilha sonora.

Contestada desde o início, a seleção de longas-metragens deste ano, com quatro documentários e duas ficções semidocumentais, produziu insatisfação geral. No público, que não compareceu com o arrebatamento de anos anteriores e vaiou o vencedor. No júri, que se queixou de falta de material para realizar seu trabalho. E na crítica, que cogitou não entregar seu prêmio por falta de um concorrente que realmente merecesse recomendação. É um festival a ser repensado, e a noite morna, com apupos no final, apenas expressa esse mal-estar generalizado. Tudo somado fica a impressão de que o Festival de Brasília, o mais tradicional do País, fundado em 1965 por Paulo Emilio Salles Gomes, terá de encarar algumas reformas caso deseje manter sua importância no calendário nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Premiados

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Longas em 35 mm

Melhor Filme: FilmeFobia;

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Prêmio Especial do Júri: À Margem do Lixo;

Diretor: Geraldo Sarno, por Tudo Isto me Parece um Sonho;

Roteiro: Geraldo Sarno e Werner Salles por Tudo Isso me Parece um Sonho;

Atriz: elenco feminino de Siri-Ará;

Ator: Jean-Claude Bernardet (FilmeFobia);

Ator Coadjuvante: Everaldo Pontes (Siri-Ará);

Fotografia: Gustavo Abda e André Lavenère (À Margem do Lixo);

Montagem: Vânia Debs (FilmeFobia);

Trilha Sonora: O Milagre de Santa Luzia;

Som: Fernando Cavalcanti (Ñande Guarani);

Júri Popular: À Margem do Lixo;

Prêmio da Crítica: FilmeFobia.

Curtas em 35 mm

Melhor Filme: Superbarroco;

Direção: Thiago Mendonça (Minimi em Close-Up);

Ator: Hilton Cobra (Cães);

Atriz: Ana Lucia Torres (Na Madrugada);

Roteiro: Clarissa Cardoso (Ana Beatriz);

Fotografia: Pedro Semanovischi (Cães);

Montagem: Ivan Morales Jr. (A Arquitetura do Corpo);

Júri Popular: Brasília (Título Provisório), de J. Procópio;

Prêmio da Crítica: Cães.

Curta em 16 mm

Filme: Cidade do Tesouro

Mostra Brasília

Melhor Longa 35 mm: Se Nada mais Der Certo, de José Eduardo Belmonte;

Melhor Curta 35 mm: A Saga das Candangas Invisíveis, de Denise Caputo;

Melhor Curta 16 mm: A Menina Espantalho, de Cássio Pereira dos Santos.