Filme resgata clima de ‘Dancin’ Days’ no cinema

Uma boate no Rio de Janeiro, meias lurex, top e calça de cetim povoavam o sonho de muitos brasileiros em 1978. A novela “Dancin’ Days”, de Gilberto Braga (exibida depois em outros 40 países), era a válvula de escape quando a ditadura ainda imperava no País. É este o contraste retratado no filme “Novela das Oito”, dirigido por Odilon Rocha, que estreia nesta sexta nos cinemas.

Traz a história de personagens interligados, mas com dramas e visões diferentes. Dora (Cláudia Ohana) é uma ex-militante, empregada de uma prostituta sonhadora, Amanda (Vanessa Giácomo). Representando a crueldade dos anos de chumbo, surge Brandão (Alexandre Nero). Nesse rol de figuras distintas, há ainda Paulo (Mateus Solano), um executivo bem-sucedido, e Caio (Paulo Lontra), filho de Dora e seguro de sua homossexualidade.

Dora assassina um cliente de Amanda, envolvido com a ditadura, e as duas fogem para o Rio de Janeiro. Para Dora, é uma viagem tensa, que a coloca perto da família, do filho e do homem que ama. Para Amanda, uma aventura cheia de glamour. Apesar de falar da ditadura – e, inclusive, mostrar a rotina de um grupo de militantes -, o dramalhão perde espaço para a comédia.

“Amanda é uma personagem que sonha viver uma novela das 8. Ela sabia da realidade. E isso fica bem sintetizado quando ela diz: ‘Você pensa que eu não sei, Dora. Mas é preciso sonhar, senão a gente morre'”, explica Vanessa Giácomo, que usou cinta-liga e peruca loura para viver a prostituta.

Noveleiro, Odilon Rocha queria homenagear a teledramaturgia há 16 anos. “A novela é um fenômeno no Brasil. E Dancin’ Days trazia a liberdade ao brasileiro. Era subversivo”, diz ele, que começou a carreira como figurinista, e caprichou nos looks e cenários, retratando fielmente a época. As informações são do jornal da Tarde.

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