Filme mostra personalidade de Joãozinho Trinta

Aos 75 anos, o carnavalesco Joãozinho Trinta ainda acredita que o Brasil é o país do futuro, o único capaz de realizar “a revolução mais sui generis de todas, a revolução da alegria”.

A força da nação estaria na mistura de raças de seu povo. Esse é o mote de “A Raça-Síntese de Joãozinho Trinta”, documentário que investiga a personalidade do artista, ícone do carnaval carioca, que deve ser lançado em novembro, no Festival de Brasília.

As filmagens foram feitas entre o segundo semestre de 2002 e o pós-carnaval de 2003, tendo como fio condutor a preparação do desfile da Grande Rio, assinado por ele.

Em 70 minutos, o filme de Paulo Machline revela o Joãozinho perfeccionista, que tenta corrigir erros cometidos no barracão quando os carros alegóricos já estão partindo para a avenida; o profissional enérgico, com grande capacidade de realização, que exige muito de seus comandados e vibra quando vê seu trabalho pronto; o carnavalesco de infância pobre que gostava de levar luxo à Sapucaí.

Além do carnavalesco, o diretor entrevistou funcionários do barracão e gente que conviveu com Joãozinho, como Fernando Pamplona, seu mestre desde quando era bailarino do Teatro Municipal do Rio, e o poeta Ferreira Gullar, maranhense como ele.

Foram incluídas imagens do desfile de 2003 e também do de 1989, quando a Beija-Flor não levou o título (foi vice), mas ganhou a Sapucaí com “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”. É seu desfile favorito.

A trajetória de sucesso de João Clemente Jorge Trinta – do primeiro campeonato, no Salgueiro, em 1974, ao último desfile, em 2005, pela Vila Isabel, passando pelos 12 campeonatos conquistados e as inovações que introduziu no carnaval carioca – é contada também no livro “O Brasil é um Luxo – Trinta Carnavais de Joãozinho Trinta”, lançado em fevereiro.