Trabalhar enquanto todos ao redor estão se divertindo é a sensação do elenco de “Meu Passado me Condena”, adaptação homônima do programa de humor do Multishow para o cinema, cujas filmagens aconteceram em um transatlântico que levou os atores do Rio de Janeiro até a Itália, com paradas em capitais do Nordeste brasileiro, como Maceió, onde a reportagem embarcou para acompanhar parte das cenas.

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“É melhor estar cansada aqui do que no meio do sertão”, compara Miá Mello, protagonista do filme ao lado de Fábio Porchat. Assim como no seriado, o casal principal, que tem os mesmos nomes dos atores, acaba de se conhecer e se casa depois de um mês. Na lua de mel, as diferenças surgem e eles começam a relembrar os relacionamentos do passado, além das eventuais visitas de ex-namorados. Na TV, os dois foram para uma pousada no interior, cujas sequências foram gravadas em Itaipava, região serrana no Rio. No filme, o destino se transformou no cruzeiro.

“Foi um mês e meio em Itaipava. Lá, a gente estava entulhado, três pessoas por quarto, um banheiro para oito. Era uma perrenguinha”, conta a diretora Julia Rezende, que roda seu primeiro longa. Ao final de cada trabalho, a equipe vai se divertir no navio Costa Favolosa – o mesmo em que Roberto Carlos fez sua última turnê em alto-mar -, que tem cassino, boate, spa e academia e ginástica.

“Vou sair daqui magra, linda e culta”, dizia Inês Vianna, que vive Suzana e aproveita o tempo livre para adaptar um livro para o teatro e se exercitar. A personagem também foi adaptada para o cinema. No seriado, ela era a dona da pousada, que vivia às turras com o ex-marido, Wilson (Marcelo Valle) para tentar melhorar os lucros do negócio, que não ia bem. Na telona, os dois são funcionários do navio, mas continuam entre o amor e o ódio e tentando arrancar dinheiro dos turistas. “Eles dão pequenos golpes. Pensam em vender os objetos do ‘achados e perdidos’ do navio, cobram para dançar com as velhinhas. A Suzana também joga tarô e rouba dinheiro dele.”

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Rodar um filme em um navio com cerca de 3.800 turistas e 1.100 tripulantes também gera dificuldades. “A cada dia, vêm novas informações e precisamos nos adaptar ao cotidiano do navio e dos passageiros. Às vezes, programamos uma cena e, quando chegamos lá, está acontecendo uma aula de ginástica cuja música interfere”, avalia a diretora, que conseguiu reunir a família na equipe. Mariza Leão (“De Pernas pro Ar”), a mãe, é a produtora, a tia Heloisa Rezende assina a produção executiva, e a irmã Maria Rezende é a montadora. O filme, aliás, está em fase de montagem desde as primeiras cenas, pois uma cabine do navio foi transformada em ilha de edição. A estreia do longa está prevista para outubro, quando a segunda temporada da série chega à TV. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.