Festlatino aponta novas tendências da produção

Após a celebração do cinema ibero-americano pelo CineSul, no Rio, em junho, São Paulo hospeda agora o Festlatino, o maior evento de cinema latino-americano do Brasil. O 8.º Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo, o Festlatino, abre-se nesta quinta-feira, 11, para convidados e amanhã para o público. Durante uma semana o cinéfilo poderá se atualizar não apenas com as novas tendências do cinema da região como resgatar filmes e autores que estão sendo homenageados. No Rio, o grande destaque foi para a revisão da obra do argentino Eliseo Subiela, diretor de um filme cult, Hombre Mirando al Sudeste, que veio mostrar seu novo trabalho, interpretado pelo lendário diretor Fernando Birri.

São Paulo homenageia Guido Araújo, criador da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, exibindo três filmes que ele dirigiu. E dá carta branca aos críticos José Carlos Avellar, do Brasil, e Manuel Martinez Carril, do Uruguai, que selecionaram 11 obras definidoras da identidade latina no cinema. Dois são filmes brasileiros, Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, com a excepcional trilha de Sérgio Ricardo (‘Te entrega, Corisco/Eu não entrego não…’), e Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas. Os demais incluem filmes do Chile (Nostalgia da Luz, de Patrício Guzmán), do México (Cobrador, de Paul Leduc) e da Argentina (Tangos, O Exílio de Gardel, de Fernando Solanas), entre outros títulos e países.

É a oitava edição do Festlatino e o evento ocorre no Memorial da América Latina, Cinesesc, Cinemateca Brasileira, Cinusp Paulo Emílio e Cinusp Maria Antônia, com entrada franca. A curadoria é de Francisco César Filho, o Chiquinho, de Jurandir Müller e do cineasta João Batista de Andrade, que selecionaram um total de 90 filmes, incluindo os da mostra competitiva Escolas, feitos por estudantes de escolas de cinema do Brasil e também do México, Argentina, Uruguai, Cuba e Equador.

Chiquinho destaca a grande (r)evolução desses oito anos – “O Festlatino está cada vez mais sintonizado com a produção jovem e nova da América Latina. O que há de melhor passa aqui”. A grande questão que o cinema da América Latina, como um todo, propõe para o espectador brasileiro se refere aos que nos une, e o que nos separa. A origem ibero-americana da colonização da região levou a uma diferença de língua, e só o Brasil, colonizado por Portugal, fala o português. O restante do continente foi colonizado pelos espanhóis e fala essa língua, mas não é um espanhol único nem castiço. Existem diferenças regionais tão fortes que o espanhol do Chile também difere do da Argentina, do Peru, da Bolívia, da Colômbia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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