Festival de Veneza, o melhor do cinema em 71 filmes

O melhor do cinema mundial está reunido no programa do 61o Festival de Veneza, que acontece este ano de 1 a 11 de setembro. Um total de 71 filmes em concurso, selecionados entre 1.900 propostas, prometem alto nível ao evento que, lamentavelmente, não conta com produções latino-americanas. A única exceção seria o cineasta chileno de nascimento Alejandro Amenábar, que se considera espanhol.

Amenábar apresentará o triste “Mar adentro”, sobre a luta de um tetraplégico galego para conseguir morrer em paz, com Javier Bardem em busca de sua segunda Copa Volpi de melhor ator, após a de 2000 por “Before night falls”.

“Esperava que ficasse pronto ?Battle of heaven?, do mexicano Carlos Reygada ou o novo do brasileiro Carlos Reichenbach, mas não tive sorte”, declarou Marco Muller, diretor do festival. “Mas as cores latino-americanas serão defendidas pela Argentina, que tem dois filmes na seção Horizontes, ?Um mundo menos peor?, de Alejandro Agresti, e ?Familia rodante?, de Pablo Trapero, sem esquecer o colombiano Sergio Cabrera, que tem seu ?Perder es cuestión de método? na seção Meia-noite”, disse Muller.

O concurso veneziano será composto em sua maioria de “grandes nomes”, reconheceu o diretor do festival. Pelo Leão de Ouro competem três filmes italianos, “Le chiavi di casa”, de Gianni Amélio; “Lavorare com lentezza”, de Guido Chiesa, e “Ovunque sei”, de Michele Plácido. Competirão com cineastas do calibre de Wim Wenders, Hou Hsao-hsien, Mike Leigh, François Ozon e Todd Solondz.

Pela primeira vez o festival admitiu em concurso um desenho animado, “Howl?s moving castle”, de Hayao Miyazaki, que já ganhou um Urso de Ouro em Berlim em 2001 por “Spirited away”.

Marco Muller garante que, a partir de Tom Hanks, que abrirá o festival com “The terminal”, 80% dos principais atores dos filmes selecionados desembarcarão em Veneza, voltando a fazer do Lido o centro do cinema mundial.

O festival não se limitará ao concurso em si. A seção Horizontes terá 20 títulos, que farão “um balanço provisório do cinema atual”, como definiu Müller. A seção Meia-noite terá 11 filmes e é dedicada ao cinema de grande espetáculo e contará com “Man on fire”, de Denzel Washington.

A seção Digital será dedicada ao cinema das novas tecnologias, com 18 propostas, e a seção Fora de Concurso, a mais apetitosa, exibirá 14 filmes, como “The manchgurian candidate”, de Jonathan Demme; “She hate me”, de Spike Lee (que integra o júri), e “Eros”, três episódios dirigidos por Michelangelo Antonioni, Steven Soderbergh e Wong Kar-wai.

No total, a 61a mostra (que terá encerramento de gala no renascido Teatro La Fenice, devorado pelo fogo há oito anos) apresentará 71 filmes de 28 países divididos em cinco seções.

Os leões de ouro à carreira deste ano irão para o patriarca do cinema europeu, o português Manoel de Oliveira, que fará 96 anos no próximo 11 de dezembro, e para o inesquecível diretor de “Cantando na chuva” e “Uma Cinderela em Paris”, Stanley Donen, que completou 80 anos no último 13 de abril. Donen está praticamente aposentado, mas Oliveira está mais ativo que nunca e apresentará, fora de concurso, “O quinto império”, seu 37o filme.

O júri que entregará os leões de ouro e as Copas Volpi será presidido pelo cineasta inglês John Boorman e composto por seus colegas Spike Lee (EUA), Dusan Makavejev (Sérvia-Montenegro), Mimmo Calopresti (Itália) e Wolfgang Becker (Alemanha), as atrizes Scarlett Johansson (EUA) e Helen Mirren (Grã-Bretanha), o montador italiano Pietro Scalia e a atriz e produtora de Taiwan Xu Feng.

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