Diva. Essa expressão, que originalmente representa estrelas temperamentais, no Brasil virou elogio para figuras grandiosas da música popular. Em Belém, uma legião de fãs (de todos os sexos e idades) têm Gabi Amarantos como sua diva. E teve mais uma comprovação de sua crescente popularidade no show que fez tremer o chão do Píer da Casa das Onze Janelas, no sábado. Era a atração mais esperada desta versão do festival Conexão Vivo, que pela primeira vez chegou ao Norte do País.

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Enquanto 4 mil pessoas aguardavam sua entrada em cena, Gabi dedicou alguns minutos, das cerca de duas horas reservadas para se montar, para falar com alguns jornalistas. Embora aparentasse a maior tranquilidade, sempre bem-humorada, disse que estava tão nervosa quanto no Recife, quando fez o consagrador show no Rec-Beat em fevereiro. “Aquele show foi um divisor de águas na minha carreira”, disse a cantora que nasceu em Jurunas, na periferia de Belém, e começou a cantar gospel na igreja. Até virar a musa do tecnobrega, e agora do tecnomelody, a ‘Beyoncé do Pará’ participou de outras bandas.

Gabi começou a decolar fora do Pará a partir de outra edição do Conexão Vivo, no Recife, dali para o Rec-Beat e a televisão. Agora se prepara para gravar um disco produzido pelos modernos Kassin, Berna Ceppas (do Rio) e Carlos Eduardo Miranda (gaúcho radicado em São Paulo), visando ao mercado internacional. Nos shows ela brinca de fazer versões livres de hits de Beyoncé, Lady Gaga e outras, que viram outra coisa na concepção dela. É o caso de “Tô Solteira”. Mas sério mesmo, suas principais influências são Ella Fitzgerald, Billie Holiday e, a maior de todas, Clara Nunes. “Pretendo gravar Na Linha do Mar, de Paulinho da Viola, que é um dos sambas que mais gosto com Clara.”

No domingo Gabi fez uma participação no show de Nina Becker, cantando “Vida” (do extinto grupo Obina Shock) e “Pimenta Com Sal”. O encontro com Gabi, casando duas grandes vozes de timbres diferentes, deu o real significado da conexão, do intercâmbio, que demarca a importância do evento. Foi um dos momentos antológicos do festival que começou com a psicodelia do Mini Box Lunar (do Amapá) e encerrou com a ferveção pernambucana da Banda Eddie. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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