Festival de Cinema em Paris homenageia o Rio

A riqueza musical, a realidade da favela, a beleza natural, a violência carcerária e o inigualável carnaval estão marcando o 6º Festival do Cinema Brasileiro de Paris, dedicado este ano à cidade do Rio de Janeiro e à produção cinematográfica brasileira. Na cerimônia de abertura foi exibido o filme Carandiru, de Hector Babenco, sobre a vida no maior presídio da América Latina, desativado em 2002 pelo governador Geraldo Alckmin depois da criminosa chacina ocorrida em 2001.

Como acontece a cada ano, o evento tentará levar para Paris a efervescência cinematográfica brasileira, “uma mistura de linguagens e concepções artísticas diferentes”, por meio da exibição de longas-metragens clássicos e produções mais recentes. Entre os nove filmes selecionados para receber o prêmio do júri estão Deus é brasileiro, de Cacá Diegues, O vestido, de Paulo Thiago, O homem que copiava, de Jorge Furtado, O caminho das nuvens, de Vicente Amorim, Fala tu, de Guilherme Coelho e Onde anda você, de Sergio Rezende. Os diretores também estarão presentes na apresentação de seus filmes.

Segundo os organizadores, a idéia desta seleção foi de reunir uma visão do Brasil, segundo eles, “pouco convencional”. Através de uma seção de curtas-metragens, os organizadores também tentam reunir a nova geração do cinema brasileiro, que afirmam dá mostras de “uma grande vitalidade”. Entre os curtas que serão apresentados estão Bala perdida, de Victor Lopes, No bar, de Cleiton Stringhini e Paulo de Tarso, Tempo de ira, de Marcelia Cartaxo e Gisella Mello e Onde quer que você esteja, de Bel Bechara e Sandra Serpa.

A Cidade Maravilhosa, homenageada especial desta edição do festival, foi eleita por vários diretores como cenário de seus filmes e imagem do Brasil exportada para o exterior. Quatro filmes serão apresentados especialmente no festival em homenagem à cidade: Veja esta canção (1994), de Cacá Diegues, Os cafajestes (1962), de Ruy Guerra, Cariocas (1989), de Ariel de Bigault, e Paulinho da Viola – Meu Tempo é Hoje (2003), de Izabel Jaguaribe.

A mostra vai até dia 4 de maio, acompanhada de exposições, concertos e debates. No encerramento serão exibidas três fitas de cinema mudo rodadas no Rio de Janeiro dos anos 20, acompanhadas pelo pianista brasileiro Carlos Eduardo Pereira. “O festival deseja, acima de tudo, ser um lugar de intercâmbio e de encontro, um momento para descobrir, entre profissionais e amadores, público e convidados, jovens e não tão jovens, o cinema e a cultura brasileiros”, afirmaram os organizadores, reunidos na associação franco-brasileira Jangada, com sede em Paris.

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