Feira Parte aposta em emergentes e arte online

A aposta num novo tipo de colecionismo e comercialização da arte marcam a sétima edição da Parte – Feira de Arte Contemporânea, que começa nesta quinta, 9, no Shopping Cidade Jardim, com a participação de 18 galerias, quatro delas operando em plataforma digital. Esta é a segunda edição “pocket” da feira, que, em novembro, terá uma versão maior, com 40 galerias, no clube A Hebraica, que passa a abrigar a Parte, antes montada no Paço das Artes da Cidade Universitária, desativado pela USP. A versão “pocket”, embora menor, tem desde artistas jovens, como a desenhista gaúcha Louise Kanefuku, de 31 anos, até veteranos, como o gravador paulistano Arthur Luiz Piza, de 88 anos, passando pela fotógrafa carioca Claudia Jaguaribe, de 61 anos.

Três empreendedoras estão por trás da Parte: Carmen Schivartche, Lina Wurzman e Tamara Perlman. Elas apostam nessa edição “pocket”, que ocupa uma pequena área do shopping, de 600 m², para atrair um público ainda não familiarizado com a arte contemporânea. “Temos, claro, colecionadores que vêm aqui atrás de novidades, mas a versão menor da feira visa a atrair um novo público, diferente daquele que frequentava o Paço das Artes”, justifica Lina Wurzman.

Outra característica da feira é a participação de galerias do universo digital voltadas para o mercado de arte, como a Cravo Online, plataforma de leilões da Aloisio Cravo Leilões, e Arte Hall, canal de serviços com um portal que veicula entrevistas e a agenda do circuito, além de oferecer obras à venda. “O número de galerias digitais cresceu muito com a recente crise econômica, pois está difícil manter o espaço físico”, revela Tamara Perlman.

Ainda que a área da Parte no Shopping Cidade Jardim não seja grande, a feira acaba atraindo um público que ainda desconhece, mas pode vir a se interessar por galerias e artistas pouco populares fora do eixo Rio-São Paulo. A gaúcha Louise Kanefuku, representada pela galeria Aura Arte, de Porto Alegre, é um exemplo. Outra é a galeria Via Thorey, de Vitória, que traz de pinturas da catarinense Gabriela Machado a telas da veterana capixaba Regina Chulam, pintora que já viveu e expôs fora do Brasil.

Outro diferencial da Parte é o conteúdo informativo oferecido aos visitantes da feira. A transparência, diz Lina Wurzman, é um dos seus mandamentos. “Pedimos às galerias que mantenham ao lado da obra o nome do autor e uma etiqueta com o preço, o que era considerado tabu em feiras de arte.” E, na Parte, esses preços são modestos: é possível comprar desde serigrafias por R$ 500 até telas de pintores consagrados por R$ 200 mil.

Outro modo alternativo de aquisição de obras é o Clube dos Colecionadores, assinatura mensal do Atelier do Centro comandado pelo artista Rubens Espírito Santos, que permite a aquisição de trabalhos de artistas emergentes por preços módicos. Este ano, as diretoras da Parte encomendaram dois projetos especiais concebidos para o espaço do Shopping Cidade Jardim: esculturas de fibra de vidro de Gilberto Salvador e a pintura de um Impala 1962 por um coletivo de artistas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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