Tem sido um bom ano para Clarice Lispector (1920-1977), com traduções se destacando em países como Estados Unidos e México e até uma sopeira de louça nas vitrines lusitanas.

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Publicado há alguns meses pela americana New Directions, The Complete Stories figurou na lista dos 100 livros notáveis de 2015 do The New York Times – e ainda em listas como as do Boston Globe, National Post (Canadá) e Buzzfeed. Organizado por um de seus biógrafos, Benjamin Moser, e com tradução de Katrina Dodson, o volume reúne, pela primeira vez, todos os contos da autora. Uma edição em português está prevista para abril de 2016, pela Rocco, que edita sua obra no País.

Em Portugal, a fábrica de porcelanas Vista Alegre homenageou a escritora com o lançamento de uma sopeira criada por Marina Valente e vendida, em edição de mil unidades, a ¤ 250. A peça foi inspirada em A Paixão Segundo G.H., obra que acompanha o utensílio. Livros de outros autores, como José Saramago e Valter Hugo Mãe, também já inspiraram outras peças.

E acaba de chegar às livrarias do México a edição em espanhol de Clarice – Fotobiografia, de Nádia Battella Gotlib, publicada, aqui, pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Edusp em 2009.

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Enquanto seu nome começa a circular fora do País, no Brasil, ela segue sendo idolatrada. Nesta quinta-feira, 10, ela faria 95 anos. E, como já virou tradição, sua obra será festejada por leitores, pesquisadores e instituições ao longo do dia – e, em alguns casos, também no sábado, 12. Criado em 2011, a Hora de Clarice segue o exemplo do Bloomsday, que celebra James Joyce em 16 de junho, e do Dia D, em homenagem a Carlos Drummond de Andrade, em seu aniversário, 31 de outubro. Exibição de filmes, debates e leituras estão na programação, que será mais intensa no Rio de Janeiro, onde a autora, que nasceu na Ucrânia, viveu e morreu – ontem, foi o aniversário de 38 anos de sua morte.

Em São Paulo, a programação começa às 19 horas, na Livraria da Vila de Higienópolis (Avenida Higienópolis, 618). Yudith Rosenbaum, professora de literatura brasileira na USP, participa do encontro Íntima Desordem: Uma Leitura do Conto Amor. Às 19h30, na Blooks (Rua Frei Caneca, 569), o clube de leitura #LeiaMulheres faz uma edição especial e analisa A Via Crucis do Corpo, com Juliana Leuenroth e Michelle Henriques.

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No Rio, destaque para as atividades do Instituto Moreira Salles (Rua Marquês de São Vicente, 476): Anotações Imediatas – Atividade Educativa com Leitura de Crônicas e Produção Textual (12h30 e 15 h) e exibição do vídeo O Ovo, Clarice e a Galinha, de Eucanaã Ferraz e Laura Liuzzi, e apresentação da peça Clarice e Eu – O Mundo Não é Chato, com Rita Elmor (20 h).

A agenda é extensa e inclui, ainda, leituras em livrarias de Nova York, exibição de documentários e leituras em Oxford, exposição de fotos e manuscritos na Éditions de Femmes, em Paris, lançamento de Água Viva, com sarau, na Dinamarca, e muito mais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.