Exposição no MAC mostra visão de artistas sobre SP

A exposição “Cidades Imaginadas”, que pode ser vista a partir de hoje no Museu de Arte Contemporânea (MAC) em sua sede do Parque Ibirapuera, bem poderia ser uma espécie de avant-première das celebrações em torno do aniversário de São Paulo, no próximo dia 25, quando o circuito costuma ser pródigo em mostras sobre a metrópole. Essa mostra, no entanto, não trata da relação entre os homens e uma cidade específica, de suas histórias e problemas cada vez mais intensos, e sim da leitura poética, do imaginário artístico acerca de uma questão tão central na vida do homem contemporâneo.

“O objetivo é enfatizar a cidade de maneira não muito direta, trazer leituras múltiplas, subjetivas, pontuais”, explica Sylvia Werneck, curadora-adjunta da exposição ao lado de Lisbeth Rebollo. Perguntada sobre a existência de diálogos entre as obras dos três artistas convidados, Waldo Bravo, Hélcio Magalhães e Jonathas de Andrade, ela disse acreditar fazer mais sentido pensar tal encontro como uma espécie de colóquio em que cada um exprime sua percepção particular acerca de um tema comum.

Chileno radicado no Brasil desde os anos 80, Waldo Bravo destaca a importância das questões autobiográficas em sua produção. “Passei toda minha infância em Nirivilo, um micropovoado de 200 habitantes na região central do Chile, e com 21 anos vim parar nesta megametrópole. Esse percurso de vida tem me obrigado a refletir o tempo todo sobre o lugar onde vivemos”, diz o artista, que apresenta duas releituras, em vídeo e fotografia, do cotidiano imagético da grande cidade, com sua overdose de referências e múltiplos pontos de vista.

Magalhães, que tem a fotografia tanto como meio de expressão como objeto de estudo, também compartilha com Waldo Bravo um interesse pelo caráter ao mesmo tempo caleidoscópico e multifacetário da paisagem urbana. Fascinado pela cidade desde criança, ele apresenta na mostra duas obras de grandes dimensões, concebidas a partir do material visual recolhido durante uma vasta pesquisa de mapeamento das paisagens e personagens de São Paulo. Mais jovem que seus companheiros de exposição, Jonathas de Andrade parte da cidade real para criar uma trama ficcional, lançando mão de elementos os mais diversos: o resgate de histórias anônimas, a subversão da técnica da sondagem e da representação cartográfica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cidades Imaginadas. MAC USP Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/n.º, Pq. Ibirapuera. Tel. (011) 5573-9932. 10 h/18 h (fecha 2.ª). Grátis. Até 31/3. Abertura hoje, às 19 h, para convidados.