EUA perdem o seu comediante

Washington – O lendário comediante Bob Hope morreu aos 100 anos de idade, na manhã de domingo, vítima de pneumonia em sua residência em Los Angeles. Estava na companhia da esposa Dolores e de sua família, informou Ward Grant, assessor e amigo há 31 anos.

“A família e todos nós nos sentimos muito tristes por essa perda, mas estamos celebrando a vida (…). Esta foi uma vida notável de um homem ainda mais notável, que a desfrutou a cada instante. Devemos celebrar a vida de quem a viveu plenamente”, acrescentou.

Um dos atores mais amados pelo público americano, Bob Hope comemorou seus cem anos em maio passado, e foi designado “Cidadão do Século”. O presidente George W. Bush criou uma distinção especial para homenagear seu “inquebrantável patriotismo e dedicação”.Ontem, Bush voltou a homenagear o comediante. “Ele entreteve milhares de tropas de diferentes gerações”, afirmou o presidente, aludindo às famosas viagens para visitar os soldados americanos em guerra. “Voltamos nossas orações para sua família”, disse, acrescentando: “Choraremos a perda de um bom homem”.

Hope, que estava quase surdo e cego, nasceu em 29 de maio de 1903, em uma família numerosa, em Eltham, Inglaterra. Em 1998 recebeu das mãos da rainha Elizabeth II um título de nobreza honorário em reconhecimento por seu trabalho.

Sua prolífera carreira de 75 anos o converteu num dos artistas mais queridos dos Estados Unidos e em um herói sem igual para os soldados, a quem o comediante entreteve durante meio século.

Seu sucesso artístico começou no final da década de 30, ao lado do parceiro mais constante, o ator e cantor Bing Crosby. Folia a Bordo (1938), O Valente Treme-Treme (1948), O Rei da Confusão (1953), Solteiro no Paraíso (1961) e Como Cometer um Casamento (1969) são alguns de seus filmes mais famosos.

Durante 70 anos, Hope arrancou gargalhadas do público, que o conhecia principalmente por seu incondicional apoio às tropas americanas mobilizadas em todos os cantos do mundo, às quais visitou desde a Segunda Guerra Mundial até a Guerra do Golfo, passando pela Coréia e o Vietnã.

Quando um amigo lhe perguntou por que não se retirava do palco e se aposentava para ir pescar, simplesmente respondeu: “Porque os peixes não aplaudem”. Depois de uma intensa e longa carreira, em 1996 Hope finalmente diminuiu seu ritmo de trabalho, e passou a dedicar-se por completo à sua esposa Dolores e à sua grande paixão, o golfe.

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