Estúdio do Canal da Música é removido

A Secretaria de Obras terminou esta semana a retirada da estrutura metálica do estúdio panorâmico que estava sendo construído na cobertura do Canal da Música. A obra havia sido iniciada pelo governo anterior, e foi embargada nos primeiros dias da administração do governador Roberto Requião, pois as 65 toneladas de aço instaladas no prédio comprometiam a sua estrutura. Foram necessários dois meses de trabalho para retirar completamente a estrutura, a um custo de R$ 38 mil.

A obra, segundo o material divulgado pela Agência Estadual de Notícias, teria sido contratada sem licitação pela ex-secretária de Cultura, Mônica Rischbieter, com um custo aproximado de R$ 260 mil. A estrutura foi instalada no ano passado e o projeto, assinado pelo arquiteto João Guilherme Dunin, filho do então secretário de Desenvolvimento Urbano, Lubomir Ficinski, teria custado R$ 60 mil.

Excesso de esforço

O Palácio Iguaçu informa que foram usadas vigas próprias para viadutos e tubulação de uso naval, que produziram um excesso de esforço sobre a estrutura do prédio. A fundação do edifício não foi preparada para suportar o peso do novo estúdio. “Caso os vidros fossem colocados, aumentando em 40 toneladas a carga, as fissuras encontradas pelos técnicos se ampliariam e comprometeriam a segurança das pessoas que lá trabalham”, comentou o secretário de obras Luiz Dernizo Caron, com base no laudo técnico da vistoria da obra.

Em julho deste ano, devido à cobertura da obra não ter sido terminada, houve infiltração de água e outros problemas nas dependências da Rádio e Televisão Paraná Educativa. Naquele mês, uma chuva de granizo atingiu o Canal da Música, obrigando que a obra fosse executada em caráter de emergência. Segundo o engenheiro do Departamento Estadual de Construção de Obras e Manutenção, Zenon Silva Neto, os gastos totais da recuperação do prédio chegarão a R$ 62 mil.

Comissão técnica municiou governo

As irregularidades apontadas nos projetos, na contratação e nos aditivos concedidos para a construção do estúdio foram apontadas em um relatório elaborado pela comissão de membros da sociedade civil, instituída pelo governador e conduzida pelo secretário do Desenvolvimento Urbano, Renato Adur.

O documento resultou na anulação do contrato de execução das obras do Canal da Música pelo governador Roberto Requião. Apesar de ser uma licitação com preço fechado, o governo anterior teria aceitado mais três aditivos que transformaram o valor originalmente previsto, de R$ 1.508.120,38, em R$ 2.252.198,45, para a ampliação e readequação do prédio.

Um grupo de profissionais foi formado voluntariamente por representantes do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR), da Universidade Federal do Paraná, do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (SENGE) para analisar a situação.

No mês de março, a comissão apresentou ao governador uma análise legal e outra técnica da obra, com base em visitas técnicas, workshop e estudo da documentação relativa aos projetos e licitações. “Com a comissão, conseguimos, de forma isenta e apartidária, traçar um diagnóstico e definir o melhor destino para as obras inacabadas do Canal da Música”, afirmou o secretário Adur.

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