O É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários chega à sua 19.ª edição confirmando uma tendência que vai exatamente contra as tendências majoritárias. Em seus 77 filmes de 26 países, dos quais 19 fazem suas premières mundiais, há os mais variados temas, estilos e formas de se contar histórias.
Um exemplo são os filmes sobre temas relacionados ao futebol e ao esporte, que não sobressaíram mesmo neste ano de Copa do Mundo. “Assim como os filmes políticos, que foram muitos nos anos que se seguiram após o 11 de setembro de 2001. A tendência hoje é o fato de o documentário estar buscando, pelo diálogo com as outras artes, formas diferentes de narrar uma história”, comenta Amir Labaki, diretor e criador ETV. “Não há mais a predominância da voz em off (a chamada voz de Deus) ou a linguagem do cinema direto. Há diferentes recursos, como a animação, por exemplo, que constroem hoje um documentário. É um momento de muita variedade.”
Labaki também destaca o clima de descoberta que esta edição traz. Dos sete longas da mostra competitiva nacional, seis são de diretores estreantes. Na disputa internacional, o feito se repete e apenas um diretor selecionado já competiu no festival.
Entre os destaques, está Canção da Floresta, de Michel Obert, um retrato do etnomusicólogo Louis Sarno, o filme de abertura em São Paulo, onde o festival ocorre de 3 a 13 de abril. Já no Rio (de 4 a 13 de abril), Tudo Por Amor ao Cinema inaugura a sessão para convidados.
Merece também atenção o longa dinamarquês Ai Wei Wei – The Fake Case, que conta a história do artista e ativista de direitos humanos chinês. Há ainda uma homenagem a Eduardo Coutinho (que já havia ganho retrospectiva do festival há dois anos), com a primeira exibição em São Paulo de dois filmes que Coutinho realizou para o DVD de Cabra Marcado para Morrer – Sobreviventes de Galileia e A Família de Elizabeth Teixeira, sobre a protagonista da obra de 1984. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.